23 de dezembro de 2025
Tribuna do Leitor

Polícia nos estádios

Daniel Majone Moretto, 34 anos, bauruense morando em Porto Alegre-RS, de fé
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Sempre tive dúvidas sobre me posicionar a favor ou contra a Polícia Militar nos estádios, mas o que ocorreu com minha família hoje (sábado) me fez entender o posicionamento daqueles que são contrários. Devido à chuva e por estar acompanhado de esposa e dois bebês, resolvi ir embora no intervalo do jogo.  


Ao tentar sair do estádio, fui informado pela Polícia Militar que eu não poderia voltar. Achei estranho, pois a Copinha SP sempre teve portões abertos, e inclusive fui com minha família nos outros três jogos do Noroeste, que não tinham este controle da polícia. Mas como eu não pretendia voltar, não liguei.

Concordei e saí com minha família. Pedi pra minha esposa aguardar com minha filha de 4 meses debaixo do mezanino da saída. Fui até a esquina e, quando voltei, encontrei uma verdadeira praça de guerra, bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas para afastar quem protestava por não poder entrar no estádio, atingindo várias crianças que se abrigavam da chuva.


Quando Vi minha esposa chorando, com um bebê, na chuva, fui até os policiais e perguntei quem havia lançado gás nas crianças. Os policiais negaram e então a população, em sua maioria com crianças nos braços passando mal, se revoltou dizendo que eles estavam mentindo e até mostraram vídeos comprovando.  Foi então que um tenente falou: ‘Eu joguei!’


Neste momento me revoltei e dei voz de prisão ao policial, que me desafiou a detê-lo. Voltei para estacionar o carro e quando retornei fiquei sabendo que minha esposa havia sido empurrada por um dos policiais que precisou ser contido pelo tenente. Diante da situação, viemos pra casa acalmar as crianças para mais tarde prestar BO na Polícia Civil e na Corregedoria da Polícia Militar de Bauru/SP.