20 de dezembro de 2025
Regional

Fazenda em Duartina produz todas as hortaliças de folhas

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 4 min

A Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Duartina (38 quilômetros de Bauru), é especializada no plantio, colheita, embalagem e entrega de hortaliças. A propriedade rural é modelo na produção de hortaliças em folhas. Mensalmente são comercializadas cerca 80 mil maços. 

São 36 espécies de hortaliças produzidas pelo sistema convencional. Dentre elas rúcula, couve, brócolis, chicória, alface americana, roxa, crespa, mimosa, lisa e frissê. “Eliminamos o intermediário. Entregamos todos os dias para uma rede de supermercados em Bauru e Marília. Nossa produção não vai para o Ceasa”, explica Érika Yamaguti. 

Segundo ela, a área dedicada à olericultura é em torno de 10 hectares. “Para a nossa região, o volume produzido é grande. Plantamos também temperos de folha. A época mais quente do ano é a que tem mais demanda. Porém, é a mais difícil de cultivar. Tem muita chuva e temperaturas altas, itens que prejudicam as hortaliças folhosas.” 

Yamaguti ressalta que a  temperatura e chuva são problemas concentrados nesta época do ano. “As hortaliças, especialmente as folhosas, preferem clima mais ameno. É a pior  época para  plantio. A temperatura alta atrapalha. No outono, inverno e primavera, a produção é maior e com mais qualidade. O excesso de chuvas também danifica a produção.” 

O período é propício para a diminuição da produção. “Diminui um pouco. A colheita é diária e feita por volta das 7h da manhã. Depois, as hortaliças são lavadas e embaladas. Por volta do meio-dia, as lojas da rede de supermercados recebem os produtos fresquinhos, colhidos no dia.” 

São 40 funcionários trabalhando de segunda a sábado. “A mão de obra para esse serviço em Duartina é escassa. O município é voltado à fruticultura, cultiva laranja. Na laranja, os trabalhadores rurais cumprem jornada de segunda a sexta-feira. Aqui há colheita no sábado. Dependendo da safra da laranja fica bem difícil manter a mão de obra, porque a fruticultura oferece mais vantagens.” 

A falta de mão de obra na roça faz com que o município “importe” pessoas que queiram trabalhar. “O município é pequeno e tem pouca demanda desse tipo de mão de obra. Temos muita gente de fora que vem trabalhar aqui, especialmente do Nordeste brasileiro.”

 

Fazenda é pioneira no cultivo de avocado

O avocado, uma variedade de abacate, que até a década de 90 era pouco conhecida no País, foi o responsável pela visibilidade de uma propriedade rural localizada na rodovia Marechal Rondon, em Bauru. A  fazenda Jaguacy  foi a pioneira na produção da variedade hass no  Brasil. 

A variedade é californiana (EUA), informa a assessora de marketing da empresa, Liliana Vayas. “As mudas vieram de lá.  Todas as variedades de abacate nasceram na América Central, mais precisamente no México. No Brasil não existia abacate até o reinado de Dom João VI.” 

A história da propriedade rural, modelo em produção de avocado, começou em 1980. “Até então o proprietário plantava abacate de mesa, que não é resistente para o transporte. Então, ele começou a estudar o abacate, suas variedades e descobriu uma que não existia no Brasil, a hass. A espécie era mais resistente para o transporte. Tinha um  valor nutricional maior e era  a fruta tipo exportação do abacate.” 

O empresário resolveu trazer algumas mudas da fruta para ver como ela se comportava em terras brasileiras. “Ele percebeu que o avocado se desenvolveu normalmente e começou a produzir. Só, então, teve início a produção em escala comercial. Fomos os pioneiros. Hoje, não somos os únicos.”  

Mais de 30 anos se passaram. Atualmente, são 250 hectares de frutas plantadas, uma média de 208 mudas por hectare. “A produção anual é de seis mil toneladas, dados da safra 2014. Os dados de 2015 ainda não foram fechados. Calculamos que de 2014 para 2015 tivemos um crescimento de 30%.” 

A maior parte da produção é exportada e só uma pequena parcela é absorvida pelo mercado interno. “O mercado interno vende bem, mas responde por apenas 10% da produção. Cerca de 90% da produção é destinada ao mercado externo.” 

Para atender a demanda da Europa, a empresa mantém um escritório na Holanda, comenta a assessora. “O escritório na Holanda comercializa a produção para a Europa. Atendemos o Leste Europeu, o norte da África, mais precisamente Marrocos. Comercializamos o avocado para  mais de 20 países.” 

 

Muda & frutos

O pomar da propriedade rural é formado por mudas mais novas, uma média de cinco anos, e plantas mais antigas, da época em que começou o cultivo. “É uma planta perene. Da muda até a primeira produção são quatro anos. A partir daí, a planta produz anualmente. A safra é de março a outubro. De dezembro a fevereiro não existe avocado no Brasil. As frutas vendidas nesta época do ano são importadas. Nós importamos para atender a demanda interna.” 

Para tornar o avocado conhecido no País, a empresa fez um esforço mercadológico. “Vendemos diretamente para as grandes redes de supermercados da Capital, Bauru e toda a região.” 

O site da empresa possui links interessantes de receitas e valor nutricional do produto, que é indicado para dietas. É rico em vitaminas, tem baixa caloria, auxilia o coração e é fonte de energia. Além de comercializar a fruta, a fazenda vende o azeite e a polpa.