| Quioshi Goto |
| Oscar Fernandes da Cunha, professor de história |
Neste domingo, em Los Angeles, acontece a cerimônia de entrega dos Academy Awards. O prêmio criado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood em 1929. E mais conhecido como Oscar. É o apelido da estatueta, que realmente “pegou” e é adotado desde 1939.
Já no clima da festa, o que pensa um xará da estatueta assim batizada em alusão a um parente de Margareth Herrick, secretária-executiva da Academia na década de 1930.
Por isso fomos ouvir um... Oscar. No caso, Oscar Fernandes da Cunha, professor de história de Bauru e vice-diretor da escola Major Fraga em Tibiriçá.
Apaixonado por filmes desde a infância, hoje, aos 55 anos, ele conta como faz para rever seus filmes preferidos.
JC- Como o cinema fez parte da sua vida até aqui?
Oscar - Na primeira vez que fui ao cinema eu tinha lá os meus 10 anos.
Lembro perfeitamente qual era o filme: “Duelo no Diablo Canyon”, um faroeste! Eu juntava dinheiro a semana toda para ver uma sessão no sábado ou domingo: marcou minha infância. Durante a adolescência eu ainda frequentava muito.
JC- E depois?
Oscar - Aí veio a fase da militância política e eu, de fato, queria ver filmes relacionados a isso.
Dessa época, foi marcante a sessão da meia-noite no Cine Clube para ver “Sargento Getúlio” (filme brasileiro de 1983).
Outro que gostei naquele período foi “Eles não usam black-tie” (também nacional, de 1981). Inesquecível, ainda, foi “Dersu Uzala (A Águia da Estepe”, de 1975), do Akira Kurosawa. Os filmes de que mais gosto não passam nos cinemas...
JC- Como faz, hoje, para revê-los?
Oscar - Eu fuço na Internet! Vejo também em canais fechados como Telecine, HBO e Canal Brasil, assino Netflix e também acesso o Telecine Play.
JC- Quais seus filmes preferidos?
Oscar - Gosto de filmes históricos e épicos, ficção, dramas e até romances.
Dos mais novos um dos que mais gostei foi “Lincoln” (2012).
Dos futuristas eu gostava de “Star Wars”, na época em que foi lançado o primeiro, porque tinha a ver com o contexto da Guerra Fria. Agora mudou muito.
JC- Pelo jeito, o que mais lhe agrada é a parte histórica...
Oscar - Como professor de história, gosto de ver filmes a partir do ponto de vista histórico.
Entre eles, “1900” (filme épico ítalo-francês de 1976), “Memórias do Cárcere” (drama biográfico brasileiro de 1984, inspirado no livro homônimo de Graciliano Ramos), “Guerra de Canudos” (1996) e “Brava Gente Brasileira” (2000)”.
JC- Costuma passar filmes nas aulas?
Oscar - Sim, mas infelizmente os alunos não estão interessados, às vezes até reclamam.
Na cultura deles, os filmes que contam são os comerciais. São filmes que só visam o lucro das bilheterias e têm muitos erros. Fui assistir “Troia” (2004) e aparece um porto em uma cidade que não era portuária.
JC- Os comerciais nunca lhe interessam?
Oscar - Até assisto de vez em quando, mas em casa. Gosto de filmes elaborados, que são obras de arte. E eles não entram no circuito nacional dos cinemas.
Os filmes comerciais a gente vê uma vez e acabou. Os outros assisto até mais de uma vez para ver melhor os detalhes.
JC- Quais já reviu?
Oscar - “Assisti mais de uma vez “Guerra do Fogo” (1981) e “O Nome da Rosa” (1986), por exemplo.
Meu filho Gabriel, de 21 anos, desde criança assiste um mesmo filme várias vezes, mas ele é fã do “Senhor dos Anéis” e vai muito ao cinema”.
JC- Costuma assistir à premiação do Oscar?
Oscar - Prefiro ver o resultado depois no Jornal da Cidade! Não me apego a isso [de assistir ao Oscar, amanhã, a partir das 22h, pela Globo e TNT] porque muitos filmes e atores excelentes não ganham o prêmio.
Mas nessa época brinco com meu nome: falo sobre quem vai ganhar o Oscar!”.
JC- Para que filme você daria um Oscar?
Oscar - “Para o filme iraniano “As mulheres da Fonte” (2011). É realmente muito bom! Gostei muito também de “Ao - O Último Neandertal’ (filme francês de 2010)”.
Curiosidades sobre Oscar, o prêmio
Segundo a Wikipedia, o nome oficial do Oscar é Prêmio de Mérito da Academia. A estatueta é feita de estanho folheado a ouro de catorze quilates, tem 35 centímetros de altura e pesa quase quatro quilogramas.
Seu valor real é estimado em 200 dólares, mas seu valor simbólico é incalculável, pelo prestígio profissional que concede ao premiado e pelo faturamento que pode dar a um filme. Concebida em 1929 pelo diretor de arte Cedric Gibbons e pelo escultor George Stanley, não sofreu mudanças significativas até hoje.
Durante a Segunda Guerra Mundial foi confeccionada em gesso pintado com tinta dourada, devido ao racionamento de todos os tipos de metal. Após o conflito, os agraciados tiveram seus prêmios trocados pela estatueta original.