| Malavolta Jr. |
| O crime ocorreu na quadra 7 da rua João Urias Batista, na Vila São Francisco |
O cenário do crime é uma praça na Vila São Francisco, região da Vila Santista. Era por volta das 6h, quando o vigilante João Batista Afonso, de 65 anos, que morava a duas quadras dali, chegava ao ponto de ônibus existente no local para esperar o circular que o levaria para o trabalho, como acontecia todos os dias. Mas, nessa terça-feira (22), João não chegou ao serviço. O homem foi morto a tiros.
O atirador ainda não foi identificado. Segundo a Polícia Civil, a vítima levou ao menos dois tiros, no rosto e na região do tórax. A tese de latrocínio foi descartada, já que a vítima estava com dinheiro, cerca de R$ 200,00, e o celular quando foi encontrada.
Ele chegou a ser levado ao Pronto-Socorro Central (PSC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois. João deixa a esposa e enteados. Ele entra para as estatísticas como o 10.º assassinato cometido neste ano em Bauru (o número inclui homicídios, feminicídios e latrocínio).
O homicídio
O crime aconteceu na quadra 7 da rua João Urias Batista. No local, existe uma praça repleta de árvores, plantadas pelos próprios moradores. Um dos vizinhos do local conta que chegou a ouvir os estrondos provocados por tiros por volta das 6h, mas não saiu de casa por medo.
“Aqui é perigoso. A praça é ponto de tráfico, achamos até que fosse uma briga entre traficantes”, comenta a pessoa, que pediu para não ser identificada. Cerca de dez minutos depois do barulho, essa mesma pessoa diz que ouviu outra vizinha gritando que a vítima era seu João, morador da quadra de baixo.
A esposa do vigilante foi acionada quase ao mesmo tempo em que a Polícia Militar (PM). O circular que João esperava chegou minutos após o disparo. Uma enfermeira que seguia viagem teria descido e tentado reanimá-lo.
Quando a PM chegou ao local, teria encontrado a esposa ao lado da vítima, que ainda agonizava e estava deitada de barriga para baixo. O socorro do Samu chegou na sequência. Os tiros arrancaram uma prótese dentária que vítima usava e que foi encontrada quebrada na rua, posteriormente.
O corpo de João Batista Afonso será enterrado nesta quarta-feira (23), às 8h30, no Cemitério do Jardim Redentor.
Vítima não tinha passagens criminais
João Batista era funcionário da Emdurb e trabalhava no aterro sanitário. Ele não possuía passagens criminais. Para o delegado Kleber Granja, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), no entanto, não há dúvidas de que o crime tenha sido premeditado e que João, inclusive, conheceria seu assassino.
“O autor sabia o horário que ele saía de casa e se aproximou bastante para efetuar os disparos. A mochila que João levava também estava com a carteira e com celular. Uma das teses da investigação é de que esse tenha sido um crime cometido por ódio, ou seja, por motivação passional, mas estamos investigando ainda”, afirma Granja.
Outra linha de investigação considera o passado de um enteado de João, que, segundo a polícia, tinha vínculo com o tráfico de drogas. Segundo o JC apurou, uma pessoa vestida de preto e com touca teria sido vista fugindo do local do crime.
A Polícia Civil afirma, contudo, que nenhuma testemunha se apresentou. “Suplico para que a pessoa que tiver qualquer informação entre em contato conosco por meio do telefone 197. Garantimos o absoluto anonimato”, reforça o delegado.