Vi uma reportagem sobre um burro puxando uma carga numa carroça e as revoltas nas redes sociais sobre esse fato. Interessante que vereadores da nossa Câmara já se manifestaram contra carroças tracionadas por animais na cidade, alegando, entre outros motivos, que isso é judiar do pobre animal. Quero aqui tecer alguns comentários a respeito.
O simples fato de usar tração animal não significa, necessariamente, maltratá-los, desde que os devidos cuidados sejam adotados. A tração animal já foi o único meio de transporte de cargas em nosso país no passado e cidades, como as do Vale do Paraíba, se desenvolveram a partir dos pousos para pernoite e descanso usados por tropas de animais cargueiros que iam ou vinham de São Paulo para o Rio de Janeiro. Mesmo ferrovias foram construídas usando largamente tração animal, já que não havia máquinas de terraplenagem. Atualmente, julga-se descabida a prescrição que o Criador no Gênesis deu ao ser humano de subjugar a natureza de forma a que esta o sirva. Isto decorre do abuso que frequentemente a humanidade tem lançado mão ao usa-la irresponsavelmente.
Contudo, persiste a autoridade do homem sobre a criação e agora vê-se o absurdo de, em nossa cidade, pobres seres humanos passarem pelas ruas em dias de sol, chuva, calor ou frio, arrastando carroças de reciclados que apanham nas calçadas. É claro que vemos isso com indiferença, pois para eles ainda não se criou uma “Sociedade Protetora do Ser Humano”...