Brasília - Chefiada há 13 anos pelo Brasil, a única missão de paz da ONU nas Américas começou com um telefonema. Em 2004, o chefe do Comando Sul dos EUA, general James Hill, ligou para o também general Francisco Roberto de Albuquerque, então chefe do Exército brasileiro. O americano queria saber se o Brasil tinha interesse em assumir o comando de uma missão de paz no Haiti. No país mais pobre do continente, já estavam marines americanos, tropas francesas e chilenas e helicópteros canadenses.
Ao lado do general Albuquerque em Brasília, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira ouviu a conversa. "Eu chefiava o Centro de Comunicação Social do Exército e estava com o general Albuquerque, quando ele recebeu o telefonema. Indiscretamente, acabei ouvindo e, quando ele desligou, avisei: General, sou voluntário. Na época, tinha 30 e poucos anos de Forças Armadas, mas nunca tinha ido para uma operação real. Era como médico sem doente", lembra o general Augusto Heleno.
Poucas semanas depois, ele se tornaria comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que na próxima quinta-feira encerrará suas ações operacionais com uma cerimônia em Porto Príncipe. A partir daí, a responsabilidade pelo controle do país passará à Polícia Nacional do Haiti.
Ao lado do general Albuquerque em Brasília, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira ouviu a conversa. "Eu chefiava o Centro de Comunicação Social do Exército e estava com o general Albuquerque, quando ele recebeu o telefonema. Indiscretamente, acabei ouvindo e, quando ele desligou, avisei: General, sou voluntário. Na época, tinha 30 e poucos anos de Forças Armadas, mas nunca tinha ido para uma operação real. Era como médico sem doente", lembra o general Augusto Heleno.
Poucas semanas depois, ele se tornaria comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que na próxima quinta-feira encerrará suas ações operacionais com uma cerimônia em Porto Príncipe. A partir daí, a responsabilidade pelo controle do país passará à Polícia Nacional do Haiti.
Do total, R$ 930 milhões foram reembolsados pela ONU, de acordo com o Ministério da Defesa. As despesas variaram de ano para ano. Em 2004, foram cerca de R$ 148 milhões (com R$ 14,9 milhões reembolsados). Em 2010, ano em que um forte terremoto matou cerca de 300 mil pessoas no país, o montante atingiu R$ 673,8 milhões - a ONU devolveu R$ 159,2 milhões.
Militares que participaram da missão também destacam que o País ganhou pontos nas Nações Unidas pelo trabalho realizado. "O Brasil firmou um conceito pela capacidade de adaptação e de viver com alma uma missão numa realidade muito dura. Nunca vi pobreza como no Haiti. Até soldados de comunidades do Rio de Janeiro se chocavam com o que encontraram", lembra o general Augusto Heleno. "Mas os brasileiros têm uma facilidade de relacionamento que ajuda muito. É o que os haitianos chamam de bon bagay, algo como boa gente, em crioulo."
Depois de arrumar as mochilas e acondicionar em contêineres os blindados, armamentos e objetos que serão trazidos de volta, os militares de Rio, São Paulo e Caçapava, que formam o último contingente no Caribe, embarcarão para casa. As viagens serão feitas entre 10 e 17 de setembro. Em 15 de outubro, a base usada pelo País será oficialmente entregue à ONU.
Dos 21 contingentes de diferentes nacionalidades que chegaram a ser chefiados pelo Brasil, apenas dois permaneciam no Haiti até quinta-feira: o do Paraguai e o de Bangladesh. "As tropas que permanecerem (a partir de sexta-feira) estarão amparadas para usar a força, caso necessário, apenas para autodefesa e segurança das instalações da base e dos materiais a serem repatriados", informou o Exército.
A Minustah é a quinta missão de paz no Haiti desde 1993. Para evitar que o fim dela mergulhe o país novamente na instabilidade, a ONU deve instituir uma nova missão por pelo menos mais seis meses. Com ajuda do Brasil, também está sendo feito um manual sobre emprego de tropas de engenharia.