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| Escola Estadual Vera Braga, em Lençóis, contará com Ensino Médio Integral já no ano que vem |
A partir de 2018, a Escola Estadual Professora Vera Braga Franco Giacomini, que fica no Núcleo Habitacional João Zillo, a chamada Cecap de Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), passará a contar exclusivamente com o Ensino Médio Integral. A medida, considerada um avanço pelo Governo do Estado, é criticada por alguns pais de alunos que terão de matricular seus filhos em outras escolas.
Hoje, a E.E. Vera Braga atende 906 alunos do Ensino Fundamental II (6º a 9º anos) e 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio diurno e noturno. Com a mudança, a escola abrigará apenas o Ensino Médio Integral, com a oferta de 480 vagas. A metade delas já foi preenchida.
Nesse modelo de ensino, o aluno permanece na unidade durante nove horas e meia, com intervalo de uma hora e meia para almoço. Além de 12 disciplinas que já integram grade curricular, ele terá acesso a aulas práticas de laboratório e atividades complementares.
O vereador Leonardo Henrique de Oliveira, o Dudu do Basquete (PPS), conta que foi procurado por muitos pais insatisfeitos com a mudança. "Eles tinham uma escola próxima e, agora, os filhos deles vão ter que sair do bairro e ir para uma escola mais longe", diz.
O parlamentar alega que a maioria dos pais das crianças e adolescentes do ensino fundamental não tem condições de pagar transporte escolar particular. "Outro prejuízo para o bairro é o fim das aulas noturnas, que atendiam entre 150 e 170 alunos", complementa.
Segundo a dirigente Regional de Ensino em Bauru, Gina Sanchez, por lei, a cada ano, os estados devem ampliar a oferta do Ensino Integral. Antes de sugerir a implantação do modelo em uma escola, é avaliado se existem unidades próximas para atender os alunos.
Além disso, ela explica que a mudança deve ser aprovada por todos. "Se a Vera Braga está recebendo a implantação do Integral é porque houve reunião entre escola e Conselho de Escola, que tem pais, alunos, funcionários e professores, e eles optaram pelo sim", diz.
DIFERENCIADO
A dirigente conta que, nesse modelo pedagógico, o trabalho é diferenciado. "A gente trabalha no Integral, cada vez mais, com a excelência acadêmica, ou seja, preparar o aluno da melhor forma para que ele possa seguir no Ensino Superior ou na vida profissional", destaca.
De acordo com Sanchez, quem está hoje no Ensino Fundamental II ou optou por cursar o Ensino Médio em apenas um período terá a matrícula garantida na E.E. Prof.ª Antonieta Grassi Malatrasi, na Vila Mamedina, que fica a aproximadamente 650 metros da E.E. Vera Braga.
Ela informou, ainda, que alunos que moram a mais de dois quilômetros da escola têm direito a transporte gratuito. "Uma informação importante para pais de alunos do Fundamental é que essa escola pública vai ser oferecida para o filho dele, em breve, quando ele estiver no Ensino Médio", ressalta.
'FALTOU DIÁLOGO'
Jonadabe José de Souza, pai de uma aluna que estuda na E.E. Vera Braga e iria cursar o 7º ano do Ensino Fundamental em 2018, alega que faltou diálogo com os pais. "80% das crianças da escola vão ter que sair de lá para ir para outras escolas da região", desabafa.
"No caso da (Antonieta Grassi) Malatrasi, eles terão que atravessar uma avenida perigosa, a Papa João Paulo II, que é a avenida da entrada principal da cidade. Ou nós, pais, vamos ter que arrumar uma condução para poder transportar essas crianças".
Ele argumenta que três escolas centrais poderiam ter sido escolhidas para abrigar o Ensino Médio Integral. "Nós não somos contra o Ensino Integral na cidade. Nós queremos, mas não naquele bairro, que tem 80% dos alunos da escola no Fundamental", justifica.
De acordo com Souza, o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), João Cury Neto, recebeu abaixo assinado com cerca de 300 assinaturas de pais insatisfeitos com a mudança. Além disso, o caso foi levado ao Ministério Público (MP).