19 de dezembro de 2025
Internacional

União Europeia ameaça aniquilar Exército russo

FolhaPress
| Tempo de leitura: 2 min

Bruxelas - Em meio a um novo acirramento nos combates da Guerra da Ucrânia, o Ocidente demonstrou ter comprado a aposta feita no campo de batalha real e retórico por Vladimir Putin nas últimas semanas.

O chefe da diplomacia da União Europeia disse nesta quinta (13) que um ataque nuclear russo contra o vizinho resultaria na "aniquilação" do Exército de Putin, e o primeiro-ministro alemão elevou o usual tom comedido e afirmou que a guerra do russo é "uma cruzada contra a democracia liberal".

O espanhol Josep Borrell, alto representante da UE para assuntos estrangeiros e segurança, afirmou em Bruges (Bélgica) que "deve ficar claro que qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta". "Não será uma resposta nuclear, mas uma tão poderosa do lado militar que o Exército russo seria aniquilado", afirmou.

É a declaração mais clara sobre o tema dada por uma autoridade ocidental até aqui. Os americanos, donos da bola quando o assunto é a defesa militar dos aliados europeus na Otan, já haviam falado em "consequências catastróficas" em caso de uso da bomba atômica, mas não as desenhado em público.

ALEMANHA E OTAN

Já o alemão Olaf Scholz se manifestou em um vídeo gravado para uma conferência de sociais-democratas em Berlim. "Não é só sobre a Ucrânia. Eles [Putin e seus apoiadores] consideram que a guerra contra a Ucrânia é parte de uma cruzada maior, uma cruzada contra a democracia liberal", afirmou.

O tema tem se tornado recorrente, e a Otan realiza nesta quinta uma reunião de seus ministros da Defesa para debater o envio de mais sistemas antiaéreos. Desde a segunda-feira (10), após uma série de derrotas para Kiev e o ataque à ponte que liga a Crimeia à Rússia continental, Putin tem sinalizado uma mudança na condução da guerra --ou uma forma de ganhar tempo, assustando o Ocidente, enquanto mobiliza reforços.

Ataques com mísseis e drones kamikaze passaram a atingir de forma deliberada alvos de infraestrutura civil. Agora os ocidentais querem enviar sistemas antiaéreos mais eficazes e mísseis de longo alcance para Kiev, o que os russos consideram uma linha vermelha em termos de envolvimento.