20 de dezembro de 2025
Geral

Carótida obstruída: cirurgia é opção mais eficaz contra o AVC

Cinthia Milanez
| Tempo de leitura: 2 min

Malavolta Jr.
Cláudio Gabriele explica que tabagismo, pressão alta e diabetes provocam problemas na carótida

O AVC isquêmico, causado por uma obstrução nas artérias do cérebro, impedindo a passagem de oxigênio para as células, tem como principal causa a chamada doença carotídea. Esta condição decorre do envelhecimento da artéria carótida, localizada na região do pescoço, e a forma mais eficaz de prevenção é a cirurgia. Um evento fechado, destinado para 30 médicos, entre cirurgiões vasculares e neurologistas, discutirá o assunto hoje, às 20h30, no La Terrasse, em Bauru.

A iniciativa é da Seccional Bauru-Botucatu da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Secretário da entidade, o cirurgião vascular e endovascular Cláudio Gabriele explica que o tabagismo, a pressão alta e o diabetes provocam o estreitamento e, muitas vezes, a obstrução da carótida.

O aposentado Eduardo Augusto Quintanilha de Mello, de 82 anos, procurou o seu cardiologista no ano anterior, porque sentia tonturas esporádicas. O médico, então, o encaminhou a Cláudio Gabriele, que constatou que 91% da carótida do paciente estava obstruída.

"Fiz a cirurgia em setembro do ano passado e nem a cicatriz aparece direito. Desde então, minha rotina não mudou em nada. Faço fisioterapia e controlo o diabetes direitinho", narra o aposentado.

PASSO A PASSO

O médico Cláudio Gabriele revela que o primeiro passo deste diagnóstico é o exame clínico, como o que Eduardo fez. "Colocamos o estetoscópio no pescoço do paciente e sentimos o sopro cervical. Se houver qualquer alteração, ele deve fazer o Ultrassom Doppler, que revela as características da placa de colesterol, responsável pela obstrução da artéria", descreve.

Em seguida, vem o tratamento, que pode ser clínico, ou seja, através do controle do diabetes e do colesterol, da prática de exercícios físicos, da mudança de hábitos alimentares e, claro, do uso de medicamentos específicos.

Outra opção é a angioplastia, considerada minimamente invasiva, na qual é feito o cateterismo na artéria femoral e a inserção do stent, ou melhor, uma malha de metal que abre a placa da carótida. 

Por fim, a solução mais eficaz, de acordo com Gabriele: a endarterectomia, cirurgia que visa remover a lesão obstrutiva da artéria, por meio da eliminação da placa de colesterol. "A malha de metal leva à proliferação de células que reagem a ela, afinal, é um corpo estranho. Portanto, é possível que a artéria seja obstruída novamente, a longo prazo. Já o tecido que é inserido, na cirurgia, é mais bem aceito pelo organismo", argumenta.

Por enquanto, o procedimento cirúrgico é mais eficaz, justamente, por conta disso. Contudo, o médico acredita que, dentro de pouco tempo, a ciência desenvolva um stent que deixe de provocar tal reação. Neste caso, por ser minimamente invasiva, a angioplastia seria o melhor tratamento.