12 de dezembro de 2024
Geral

Ciência se despede do professor João Marar

Cinthia Milanez
| Tempo de leitura: 2 min

Reprodução/Facebook
João Fernando Marar era professor da Faculdade de Ciências (FC) da Unesp, em Bauru

"A única certeza que se tem, na vida, é da morte". Era assim que o professor titular do Departamento de Ciência da Computação da Unesp, em Bauru, João Fernando Marar, de 58 anos, encarava este temido momento, conforme a descrição da própria família. Na quarta-feira (20), ele foi encontrado morto em seu apartamento, em São Paulo. A causa do óbito, contudo, ainda é desconhecida. Ele deixou a mãe, sete irmãos e o único filho, Fernando Marar, de 29.

De acordo com a irmã do pesquisador, a aposentada Marly Inês Marar, de 69 anos, João Fernando trabalhava com Inteligência Artificial e era exímio no que fazia. Além de lecionar, ele também presidia o diretório do PSB, em Bauru. Inclusive, já chegou a disputar, pela legenda, as eleições municipais para o cargo de vereador.

Embora bastante atarefado, sempre conseguia tempo para fazer o que gostava. "Ele era simples, andava de shorts e ia à feira", descreve Marly.

A família Marar é bastante tradicional em Bauru, afinal, os seus pais chegaram da Jordânia ainda jovens. No município, o casal criou nove filhos: Ricardo, Antônio Carlos, João Fernando, Tom, Norma, Walter, Sônia, Marly e Charles.

A mãe de João Fernando, a aposentada Najela Marar, que completou 88 anos ontem, é viúva do viajante Issa Marar. "Em menos de três meses, ela perdeu dois filhos, porque o meu irmão, Walter, de 64, faleceu em novembro do ano anterior, vítima de cirrose hepática", acrescenta.

SEM NOTÍCIAS

O pesquisador não dava notícias desde domingo. Na quarta-feira (20), a Unesp entrou em contato com a família, porque estranhou o fato de ter faltado a uma banca examinadora.

Então, o filho e o sobrinho de João Fernando foram até o seu apartamento, em São Paulo, e o encontraram morto. O professor vivia em Bauru, mas mantinha o imóvel na Capital Paulista. 

O cientista não será velado, apenas sepultado no Cemitério Jardim do Ypê, em Bauru, hoje, às 13h30.