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Praças, parque de exposições e até campo de futebol se transformam em palco para encenar a "Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo" com construção de cenários de palácio e movimentação de mais de 200 atores. São desde pequenas produções usando figurinos simples a sofisticação de efeitos especiais de luz e som. O enredo é o mesmo, porém a criatividade melhora cenas e a dublagem praticamente foi eliminada dos espetáculos da encenação da Via Sacra na região.
A tecnologia possibilita microfones sem fio e mais compacto que ajudam na mobilidade. Em Ibitinga, é realizada há 38 anos a encenação, considerado o segundo evento religioso que mais atrai público para a cidade depois da procissão dos bordados no Corpus Christi. Já soma 136 apresentações, sendo a maior parte no município mas também com encenações em mais 26 cidades.
À frente do Grupo Senhor Bom Jesus está o bancário aposentado Robinson Pinheiro, que interpreta o Messias desde quando teve início os primeiros espetáculos. A Assembleia Legislativa incluiu em 2005 o espetáculo no Calendário Oficial Turístico do Estado. Com grandes cenários de até 9 metros de altura, a encenação será na sexta-feira em Ibitinga, mas tem apresentação do grupo em São Carlos. "Neste ano vamos melhorar o visual e tornar as cenas mais realistas. Na cena final da ressurreição de Cristo, uma plataforma montada vai possibilitar elevar o Cristo até a altura de 14 metros", relata o ator que vai interpretar Jesus e será alçado na cena da ressurreição.
Na região, Santa Cruz do Rio Pardo também mantém a tradição de um grande espetáculo com cerca de 170 atores na área da antiga estação ferroviária, onde funciona o museu do município. O grupo terá um intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) que irá contar a história aos deficientes auditivos. A encenação se diferencia das demais cidades por sempre incluir um tema da campanha da fraternidade da CNBB. A coordenadora da Paixão, Morte e Ressurreição de Santa Cruz do Rio Pardo, Juliana Vitor, ressalta que o tema inclusão foi inserido após a Diocese de Ourinhos implantar a nova pastoral dos surdos. Outras cidades que estarão mantendo a tradição é Macatuba que realiza a Via Sacra em frente da igreja com apresentações na Sexta-feira Santa e no Sábado. As cidades de Agudos, Iacanga e São Manuel também terão espetáculos teatrais.
Ibitinga faz encenação mais realista
Grupo de Teatro Bom Jesus a cada ano aprimora cenários para reviver a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus com riqueza de detalhes
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| Robinson Pinheiro vai interpretar o papel de Jesus pela 38ª vez neste ano, em Ibitinga |
| Momento da ressurreição de Jesus em Ibitinga: é utilizada uma plataforma e efeitos com gelo seco |
O bancário Robinson Pinheiro na próxima sexta-feira vai "reviver" a saga de Jesus. Há 38 anos, na Semana Santa ele interpreta o messias em uma apresentação teatral que a cada ano ganha cenários mais elaborados e emociona o público, mesmo reprisando uma história que todos sabem o começo, meio e fim. O Grupo de Teatro Bom Jesus de Ibitinga se firmou como um dos mais importantes espetáculos teatrais religiosos no Estado na apresentação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
O evento já faz parte do Calendário Oficial do Estado de São Paulo, aprovado pela Assembleia Legislativa em 2015.
Já foram 136 apresentações, a maior parte em Ibitinga, mas pelos menos 26 municípios já receberam o espetáculo. São quatro encenações na Semana Santa, duas no município e dois em cidades convidadas.
A encenação além de manter a tradição religiosa também tem importância para atrair turistas para Ibitinga, já conhecida como Capital do Bordado, outra procissão que ficou famosa e responsável pelo desenvolvimento da indústria têxtil e de vestuário.
A Paixão de Cristo é o segundo evento que mais atrai visitantes, conforme estudo da faculdade de turismo.
Pinheiro explica que das primeiras apresentações realizadas com figurinos simples encenadas nas ruas de Ibitinga até os tempos atuais, o espetáculo se aperfeiçoou com grandes cenários, figurinos mais acabados e efeitos visuais e de som.
O Palácio de Pilatos vai ser mais imponente do que nos anos anteriores. Deve chegar a ter de 8 a 9 metros de altura, com 20 metros de frente. A peça é feita de isopor e serragem. Os anteriores chegaram a ser feitos de madeira. Os adereços são mais novos e Sepulcro ganhou novo formato. Pinheiro explica que o teatro sempre está em evolução. "A cada ano melhoramos o visual e mais realista", relata.
Ao todo mais de 200 pessoas participam do espetáculos que são desde figurantes, soldados e equipe técnica.
O grupo foi um dos pioneiros a fazer o espetáculo ao vivo, sem a dublagem. Os primeiros espetáculos havia uma gravação na hora da fala dos personagens. O aperfeiçoamento da tecnologia, com microfones menores e de lapela, ajudaram a encenação dos personagens serem proferidas ao vivo.
O Grupo de Teatro São Bom Jesus iniciou as suas apresentações da encenação neste sábado (13), em São Carlos no Estádio Municipal "Luizão" e neste domingo (14) havia outra apresentação na cidade de Tabatinga, às 19h, na Praça da Matriz de Nossa Sonha do Bom Conselho.
Em Ibitinga, são duas apresentações na quarta-feira (17), às 20h, no Recinto de Exposições Dr. Licínio Hilmar de Oliveira Arantes com participação especial da Banda Servos do Rei e na Sexta-feira Santa, às 20h, no mesmo local com participação especial: Grupo Cantores de Deus é feita a reapresentação.
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| Cenário do Palácio de Pilatos na encenação de Ibitinga neste ano será maior do que o montado na apresentação do ano passado |
Bairro mantém tradição em São Manuel
A encenação da Via-Sacra é uma iniciativa de moradores católicos da Paróquia Nossa Senhora Consolata na comunidade Nossa Senhora de Fátima, em São Manuel. O Grupo Teatral “Nos Braços do Pai” é quem organiza, ensaia e apresenta o espetáculo realizado nas ruas e em um campo de futebol.
Já é tradição há 25 anos nessa comunidade e vem ganhando visibilidade pela forma espontânea como tudo é organizado. Na sexta-feira (19), tem início com procissão pelas ruas das Cohabs I e II, terminando com a crucificação de Jesus no campo de futebol do mesmo bairro.
Não existe cenários, mas é dado destaque à figura de Cristo, alguns personagens bíblicos e legionários romanos.
Conforme informação do coordenador da Via-Sacra, Roberto Lima, o grupo destaca o encontro de Jesus com Maria, a cena de Simão Cirineu que ajuda o messias a carregar a cruz na hora do calvário, antes da crucificação. Também faz parte da adaptação da Via-Sacra, o momento em que Veronica enxuga rosto de Cristo.
Espetáculo terá um intérprete de libras
Santa Cruz do Rio Pardo faz encenação há 23 anos com cenário e efeitos visuais?
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| Ailton José Mira será o ator que vai representar Jesus na encenação de Santa Cruz do Rio Pardo |
| Cena da Santa Ceia em apresentação realizada no ano passado pelos atores santa-cruzenses |
A encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo em Santa Cruz do Rio Pardo vai ter uma novidade: um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) irá ajudar os surdos a acompanharem o que os atores estarão dizendo em cena. Neste ano são 23 anos de apresentação em área próxima ao museu municipal, na antiga estação ferroviária do município.
| Jesus sendo açoitado em encenação em Santa Cruz do Rio Pardo |
Depois de Ibitinga, é a segunda apresentação com mais atores em cena na região de Bauru. O espetáculo é organizado por comunidade de jovens da Paróquia Santo Antônio, no bairro Estação. Também começou com pouca estrutura, utilizando como cenário o antigo prédio da estação, que servia para representar o Palácio de Pilatos. Com a revitalização do imóvel, a encenação passou a ser feita no entorno da área e a cada ano vem evoluindo e firmou como um espetáculo teatral e religioso. Também foi incluído no calendário oficial de eventos da cidade que conquistou recentemente a classificação de Município de Interesse Turístico (MIT) com outros 149 do Estado.
A coordenadora do espetáculo Juliana Mesquita de Oliveira explica que vai ter mudança de cenário e o primeiro ato sempre é uma surpresa, o público só vai saber na hora da encenação. "Sempre utilizamos algum tema social ou da campanha da fraternidade no primeiro ato. Depois da abertura, desde a santa ceia até a ressurreição é a história original dos últimos dias de Jesus, adaptada por conta do tempo disponível de duas horas e meia de apresentação", relata.
Neste ano a encenação vai contar com 98% das falas ao vivo, com exceção da cena em que Jesus está sendo crucificado, que foi necessário a fala gravada. "Vamos fazer mudanças no cenário e nos objetos. Todo ano tentamos chegar ao mais perto de que como era na época. Como tem um gasto elevado, temos feito aos poucos as mudanças", ressalta a coordenadora.
O grupo conseguiu apoio da Prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, mas também recorre a patrocinadores para cobrir despesas que ultrapassam os cerca de R$ 10 mil. A encenação vai ser inclusiva com participação de surdos.
A encenação começou em 1996 a partir de um desafio feito pelo frei Marinho aos jovens de realizar a paixão de Cristo. No começo era realizada em torno da praça da igreja, com os atores caminhando junto com a procissão, mas o espetáculo cresceu após três anos. No quarto ano foi escolhido o atual local. "Nos últimos seis anos, o espetáculo cresceu não só na estrutura e equipamentos, como na qualidade da encenação. Os atores se aprimoraram muito, principalmente em fazer tudo ao vivo", ressalta a coordenadora. O grupo teatral calcula em torno de 150 a 170 pessoas envolvidas com a apresentação.
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Iacanga escolhe praça para encenação
Iacanga mantém a tradição de promover a encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, mas a Secretaria de Cultura recorre a contratação da Cia. Teatro Mandrágora de Bauru para uma apresentação do espetáculo, às 20h30, na praça da Matriz na Sexta-Feira Santa.
Em outros anos houve a encenação com a participação de alunos de escolas e da comunidade católica. Mas o grupo bauruense já fez apresentação da encenação na cidade.
A procissão do Senhor Morto é realizada pelos fiéis da Igreja São Benedito até a Praça da Matriz. Logo após tem apresentação do teatro, promovido pela prefeitura. "Há sete anos promovemos esse evento que vem se tornado tradição e com a classificação de Município de Interesse Turístico (MIT) a Via Sacra ao vivo faz parte do calendário oficial", explicou Sueli Camargo do setor de Cultura de Iacanga.
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Macatuba promove dramatização há 49 anos na praça da matriz
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| Espetáculo da encenação da Via-Sacra é realizado na Praça da Matriz em Macatuba |
A dramatização mais antiga da Paixão de Cristo na região é mantida em Macatuba há 49 anos. O espetáculo se prepara para o cinquentenário no ano que vem. Os cenários são montados em frente da praça da Matriz.
O Grupo de Teatro "Padre José Corsini" se prepara para mais uma apresentação que tem início neste domingo (14) com a entrada de Jesus em Jerusalém, depois tem a cerimônia do lava-pés na quinta-feira e o ponto alto é a encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo na sexta-feira e sábado.
É esperado o maior público na Sexta-Feira Santa quando os 150 atores vão realizar a representação do julgamento e crucificação de Jesus, marcado para começar às 16h, em frente da Igreja Matriz e conclusão no CEC de Macatuba.
A coordenadora é Doralice Martia Artioli Munhoz que atua e coordena as atividades desde a primeira edição. De acordo com ela, haverá mudanças nas cenas em frente da igreja, que só serão reveladas no dia.
Agudos escolhe estádio como palco para encenação
Cada apresentação segue uma dinâmica. Em Agudos, também tem tradição de encenar a Via Sacra elaborada por féis da comunidade católica e paróquia Santo Antônio. Desde 1985 são feitos os espetáculos.
No decorrer dos anos foi ganhando uma estrutura melhor e utiliza até recursos visuais. De acordo com um dos dos organizadores do evento, Luiz Carlos de Paula, o "Negreira", a encenação mais atinga usava escudos e capacetes feitos de cartolina, lanças com cabos de vassoura e o figurino improvisado.
Neste ano as paróquias Santo Antônio e da Matriz se juntaram para promover a procissão e a encenação. Diferente de outros municípios, o cortejo começa na Praça da Bandeira onde tem o julgamento e Jesus sai carregando a cruz percorrendo as ruas da cidade até o Estádio Achilles Sormani, onde será crucificação e a ressurreição. "O que marca o espetáculo são os efeitos visuais e de som na hora da crucificação e também é utilizada uma empilhadeira para a cena em que Jesus ressuscita", lembra "Negreira".