23 de dezembro de 2025
Geral

Alfajor para pagar o casamento

RAFAEL DE PAULA
| Tempo de leitura: 3 min

A história de amor de Inaiara e Guilherme tem ingredientes fortes de determinação. Para realizar o sonho de comemorar o casamento com festa, o casal faz alfajores. Depois, Guilherme percorre diversos bairros de Bauru para vendê-los. A rotina tem a fé como recheio especial. A produção começou forte em junho deste ano e tudo tem dado certo, segundo o casal. O doce, que é fabricado diariamente, leva nome de Alfamor e conta até com página em rede social.

Guilherme Nunes, de 23 anos, e Inaiara Facco, de 22 anos, se conheceram em abril de 2016 e só em dezembro do mesmo ano engatilharam o relacionamento, que passou pela orientação da igreja onde frequentam. Os dois trabalham como recuperadores de crédito e já chegaram a desempenhar a função um do lado do outro. "Nós vimos que um relacionamento sem propósito não vale de nada. Desde que começamos a namorar, já sabíamos que iríamos nos casar, mas ainda não tínhamos muita maturidade. Porém, com o tempo, essa intenção foi tomando mais forma. Casar é o nosso sonho", diz Inaiara.

Segundo o casal, a ideia de fazer o alfajor foi dada por um amigo, que fazia o doce para pagar a festa de formatura. Inicialmente, a proposta era juntar o dinheiro para pagar o apartamento, mas o casal focou na cerimônia. "Pensei que isso poderia dar certo para a gente pagar nosso casamento", explica Guilherme. A missão de ir para a cozinha ficou com Inaiara. "Eu já tinha feito uma vez esse doce em um curso técnico e, aí, arriscamos.", conta Naiara.

PAGANDO AS CONTAS

O casamento está agendado para o dia 5 de setembro de 2020. Com o dinheiro gerado pela venda do quitute, Guilherme e Inaiara já estão pagando a chácara onde vai ser a cerimônia, o fotógrafo e o buffet da festa. "Tudo está dando muito certo e, às vezes, até sobra um dinheirinho para sair com os amigos no final de semana", conta Inaiara. Desde que começaram a fazer o doce, as vendas só aumentam.

De acordo com Guilherme, antes o foco vender os doces no começo e no final do mês, para aproveitar a data de pagamento das pessoas e os vales. "Mas foi acabando muito rápido e as pessoas não paravam de pedir. Agora, ela faz todos dos dias e eu saio para vender", conta feliz. São cerca de 80 doces vendidos por dia, além de encomendas de festas.

Na época das férias do trabalho, Guilherme chegou a vender quase 200 alfajores à tarde, pelas ruas, e à noite, na Praça da Paz. O roteiro das vendas começa às 14h, depois que ele sai do trabalho e passa na casa de Inaiara, no Jardim Marambá, para pegar os doces. Pelas ruas, o jovem vende os quitutes geladinhos até chegar ao Senai, onde faz curso técnico em edificações.

SUCESSO

Para Guilherme o sucesso das vendas está em ser sincero e em fazer o proposto com muito amor. "Nunca menti para as pessoas sobre qual era o motivo de eu estar ali. Todo o dia eu saio bastante confiante de que vou voltar com a sacola vazia. Quando o desânimo vem porque as vendas estão mais difíceis, eu penso na Inaiara", revela emocionado.

Para ele, a iniciativa também motiva outras pessoas. "Às vezes, encontro gente meio ríspida quando eu a abordo. Mas quando falo do casamento, a feição dela muda e quebra o gelo", revela. Encomendas fone (14) 99172-1301.