21 de dezembro de 2025
Articulistas

A economia e a filosofia

José Pio Martins
| Tempo de leitura: 3 min

Vários dos maiores economistas eram também filósofos. Adam Smith (1723-1790), autor do clássico A Riqueza das Nações, publicado em 1776, é até hoje considerado um dos principais pensadores da economia de mercado e das vantagens da liberdade econômica para o progresso material e o desenvolvimento social. Ele era filósofo moral.

Stuart Mill (1806-1873), autor de Princípios da Economia Política, fez fama como forte defensor da liberdade econômica e das liberdades individuais e ainda é tido por muitos como um dos mais influentes filósofos de língua inglesa. Além de economia, ele produziu estudos na área da filosofia. Muito do que foi escrito nos últimos 150 em economia eve por base as ideias de Mill.

Entre os críticos do capitalismo, Karl Marx (1813-1883) se destaca. Sua produção é volumosa na Economia e na Filosofia. Sobre Marx não é necessário falar muito, pois sua influência na história humana desde 1850 até hoje é fartamente conhecida. Ludwig von Mises (1881-1973), ícone genial das ideias liberais, somente adentrou o campo das teorias econômicas, da teoria política e das liberadas individuais, depois de ter estudado profundamente as ideias dos principais filósofos da história.

John Maynard Keynes (1883-1946), considerado o mais influente economista do século 20, escreveu e se destacou na filosofia. Keynes é tido como um economista bastante estatizante. Ainda hoje, é grande o debate no interior do capitalismo entre as ideias liberalizantes e antiestatizantes de Mises e as ideias estatistas de Keynes. Friedrich Hayek (1899-1992), autor de várias obras na área do Direito, Economia e Filosofia, é considerado um dos maiores defensores do liberalismo.

Hayek organizou o pensamento liberal clássico e o adaptou para o século 20, e suas obras versam sobre filosofia do direito, economia, epistemologia, política, história das ideias, psicologia e outros assuntos.

Aqui no Brasil, Roberto Campos (1917-2001), um dos maiores intelectuais e homem de Estado, primeiro se formou em Filosofia e Teologia para somente depois, trabalhando na embaixada do Brasil nos Estados Unidos, formar-se em Economia.

Ele ocupou vários cargos públicos, foi um incansável doutrinador das ideias liberais e, até sua morte em 2001, um crítico das escolhas políticas e econômicas feitas pelo Brasil nos últimos 100 anos, às quais ele responsabiliza pelo atraso do país. Olhando a história, percebe-se que a instrução em Filosofia, formal ou não, é requisito essencial para quem quer entender com profundidade a Economia (a ciência) e desvendar os meandros da economia (o sistema produtivo). A Filosofia cobre, entre outras, seis áreas importantes para o desenvolvimento intelectual.

A Metafísica, que estuda o universo e a realidade. A Lógica, que estuda o raciocínio, os métodos de indução e dedução, e como criar um argumento válido. A Epistemologia, que é o estudo do conhecimento e de como o adquirimos. A Estética, que é o estudo da arte e da beleza. A Política, que estuda os direitos políticos, o governo e o papel dos cidadãos na vida comum. A Ética, que é o estudo da moralidade (costumes e condutas) e de como viver. O estudo desses temas é útil para a vida e para o crescimento pessoal.