18 de dezembro de 2025
Geral

Bacana! Caldo de cana vira delivery

Bruno Freitas
| Tempo de leitura: 3 min

Com a saúde em dia, protegido do coronavírus em casa, o aposentado Waldemar de Almeida, 87 anos, é um exemplo de que a "Vida Não Para". Ele não se cansa do trabalho e nem a quarentena é capaz de impedi-lo de fazer o que gosta. Sem poder vender caldo de cana, água de coco e paçocas no Centro de Bauru, o "senhor Bacana", como é conhecido, encontrou outra forma de continuar na atividade, agora mais lucrativa. Com ajuda do neto Kelvyn Almeida, 25 anos, designer e empreendedor, ele passou o serviço para delivery.

A dupla teve que remodelar um negócio sólido de comércio de rua na qual Waldemar pratica há 30 anos. A Kombi, que ficava no cruzamento das ruas Gustavo Maciel com Cussy Junior, passou a moer cana e furar coco na garagem, no Jardim Bela Vista.

Torcedor roxo do Noroeste, Waldemar é aposentado da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Ele conta que a necessidade de cuidar de sua saúde é tão importante quanto se manter ativo. E pensando nisso também, Kelvyn, que já havia criado uma identidade visual para o serviço do avô, conseguiu tirar do papel o projeto de ampliar o negócio.

A ideia é de levar no futuro a Kombi do "Senhor Bacana" para festas e até fazer quiosque em um shopping, ampliando o cardápio com comidas artesanais. Mas como não é possível ainda, foram adquiridas garrafas, criado um layout de rótulos e Waldemar entrou de vez para as redes sociais para divulgar seu delivery. Em três semanas, a página "Senhor Bacana" passou a ser seguida por 1.000 pessoas, todos clientes em potencial.

ADAPTAÇÃO

Com dedicação diária da dupla, o medo de parar de fazer o que gosta deu lugar a um lucro de 400% a mais do que Waldemar conseguia na rua.  

"Temos que dançar conforme a música, não é? Lá no Centro eu não pegava telefones dos clientes. Vendia para quem aparecia e lucrava de R$ 30,00 a R$ 50,00 por dia. E tivemos que começar do zero. E meu neto é o meu braço direito. Sem ele eu não saberia o que fazer. São três semanas que estamos nos dedicando com o delivery e já estou conseguindo tocar bem o serviço", conta Waldemar, enquanto cortava a cana para moer na máquina, vendo o neto receber mais pedidos pelo celular. A esposa Joana também ajuda o marido com o qual estão perto de completar 65 anos de casados.

EXPANSÃO

O projeto do delivery foi o começo, afirma o neto Kelvyn. Segundo ele, ao término da pandemia a intenção é voltar ao projeto inicial e criar uma loja móvel para o negócio do avô estar em feiras, festas e condomínios.

"Ele é o símbolo da marca 'Sr. Bacana', que mostra uma pessoa que nunca desistiu. E a essência deste trabalho que estamos fazendo é levar para todos os lugares uma bebida popular tão querida, que todo mundo gosta, mas que nunca foi muito explorada, com layout moderno, de forma mais "premium", junto com a história dele e do que ele fez para chegar até aqui. O vô já ganhou canais no Youtube, Facebook e Instagram. E já contatamos chefes de cozinha para apresentar receitas de comida com caldo de cana e água de coco", comenta Kelvyn.

ENTREGAS

Os pedidos podem ser feitos pelo Facebook "Senhor Bacana", pelo Instagram @senhor_bacana ou pelo WhatsApp 14 99746-7840. Estão sendo comercializadas, das 14h às 17h, as garrafas de 1 litro de caldo de cana ou água de coco por R$ 12,00. A taxa de entrega é R$ 3,00.