Você já deve ter ouvido falar do “conto do vigário”. Essa expressão é utilizada quando alguém diz algo e a realidade é totalmente diferente. Existem várias explicações para a origem dessa expressão, mas, de acordo com a Wikipédia, uma das versões mais conhecidas teria como palco, ainda no século XVIII, a disputa entre os vigários das paróquias de Pilar e os da Conceição em Ouro Preto pela mesma imagem de Nossa Senhora.
Um dos vigários teria proposto que amarrassem a santa ao burro que estava solto na rua. Pelo plano, o animal seria solto entre as duas igrejas. A paróquia para a qual o burro se encaminhasse ficaria com a imagem. O animal foi para a igreja de Pilar, que assim ganhou a disputa. Mais tarde, teria sido descoberto que o burro era do vigário dessa igreja.
NÃO É APENAS FOLCLORE
O que parece ser apenas folclore infelizmente é real entre nós. Um exemplo bastante comum consiste nas publicidades de fast-foods, que apresentam a imagem de um sanduíche robusto, mas, quando recebemos o produto, é uma decepção. O anúncio não passa de uma imagem dissimulada do produto original.
Outro exemplo ocorre quando você compra um creme antirrugas que promete acabar com as rugas em um mês, mas, na verdade, quando constatado, os componentes do produto nunca resultarão no efeito prometido.
ILUSÃO E FRUSTRAÇÃO
Agora na pandemia, se você não prestar muita atenção, vai achar que a campanha publicitária sendo exaustivamente veiculada no horário nobre da TV é de uma instituição filantrópica, e não de um banco. Em um dos comerciais, são utilizadas cenas lindas, trilha sonora envolvente e a voz embargada da locutora. Em outro, a canção “Fascinação” chega a comover, realçando o compromisso da instituição em liberar linhas de crédito às empresas que sofrem com os efeitos do Coronavírus. Impactados pela mensagem, milhares de pequenos e médios empreendedores correm aos bancos para obter a ajuda prometida, mas então descobrem, frustrados, que o que viram na TV eram apenas devaneios de lindas peças publicitárias.
Quando tudo passar, “e vai passar” como diz um das propagandas, a instituição pode estar certa de que muitos clientes não voltarão mais, alguns porque literalmente quebraram, e outros por causa da decepção com o “conto do vigário”.