13 de dezembro de 2025
Tribuna do Leitor

Cultura da miopia seletiva sobre a economia criativa

Paulo Eduardo Tonon - Produtor audiovisual
| Tempo de leitura: 1 min

Inúmeros esforços estão sendo realizados por parte do poder público para manter o desenvolvimento econômico durante a pandemia. Alguns deles inclusive colocam a saúde e a vida da população em risco, o que tem sido considerado normal por muitos, em nome da manutenção do mercado.

O problema é que o discurso de defesa do capital "acima de tudo" nunca se aplica ao setor cultural. Por mais que os índices comprovem que a economia criativa foi o segundo segmento produtivo que mais gerou empregos em 2020 no Estado de São Paulo, a classe artística local ainda é vista somente como geradora de lazer e entretenimento. Uma miopia seletiva que vai custar caro para todos hoje, amanhã e depois.

Dos 800 mil empregos gerados no ano passado em nosso Estado, cerca de 142 mil foram através do setor cultural e da economia criativa. Enquanto setores que geram menos empregos e renda que o da arte recebem incentivos fiscais, investimentos públicos vultuosos, concessão de áreas e diversos outros benefícios completamente questionáveis, resta aos profissionais da cultura sofrer com repressão ideológica, redução de orçamento, corte de programas e cancelamento de projetos que já estavam contemplados, prestes a terem contratos assinados em Bauru.

Importante lembrar que a cultura, além de movimentar a economia, também promove o desenvolvimento da humanidade. Característica tanto em falta entre empresários e políticos em meio a toda esta crise sanitária. Diversas experiências ao redor do mundo comprovam que investir na produção cultural local incrementa a economia e aumenta a arrecadação de impostos das prefeituras. Só não vê quem, propositadamente, não quer abrir os olhos para esta realidade...