O Pix explodiu no Brasil. Até este que vos escreve rendeu-se, resistindo até alguns dias atrás, onde um fornecedor "impôs" que só pagaria via Pix. Eu, particularmente, nunca criaria, mas a pressão social e do mercado foi mais forte. Seja como for, a instantaneidade dos pagamentos, que não duram mais de 10 segundos para serem efetivados, ligada a facilidade para pagamento de contas fez com que a adesão fosse massiva...
Mas...
Como sempre, pisamos e pisamos aqui na coluna: os marginais estão atentos a tudo isso. Sempre buscam dois elementos: a) tecnologias com densidade de pessoas, b) tecnologias onde as pessoas ainda estão "se aculturando" e onde a segurança da informação ainda não é uma prioridade para a maioria delas. Resultado? Vivemos também uma onda de golpes e fraudes envolvendo o Pix. Golpe do link do whatsapp, golpe do "bug do pix" (o que eu chamo de golpe do bilhete premiado tecnológico), golpe do QR Code alterado, golpe do "falso pagamento", onde o agente faz apenas um "agendamento", dentre outros, já fazem diariamente inúmeras vítimas no País.
E para quem pensava que os golpes eram só digitais...
Os criminosos vão além e agora estão agindo fisicamente contra pessoas, raptando-as. Nesta semana, foi desarticulada uma quadrilha especializada em sequestros relâmpagos. Os criminosos sequestram pessoas e obrigam as vítimas a fazerem transferências via Pix. Como o sistema é rápido e instantâneo, a vítima não tem tempo hábil para acionar o banco e realizar os cancelamentos. Antigamente, os marginais levavam a vítima ao caixa eletrônico, pois TEDs e DOCs eram demorados. Agora...
Como se proteger?
Não é preciso nem falar que uma boa senha de chip e biometria ajudam, mas talvez não seja muito efetivo com uma arma apontada para cabeça... Neste contexto, duas recomendações: a) sempre que possível estabeleça limites para pagamentos via Pix, alterando as configurações em seu banco; b) sempre que possível utilize um dispositivo próprio para aplicativos bancários sem Whats, sem e-mail, sem qualquer fonte que ameaçe, dispositivo este que, de preferência, não saia com você todos os dias. Sabemos que esta recomendação pode não ser de fácil adoção para todos, até porque nem todo mundo pode ter um aparelho destinado a apps bancários. Mas é preciso ficar claro! Seja como for, em algum momento temos que ceder parte da praticidade em prol da segurança.
Uber
Alguns motoristas e pessoas comumente mantém os dispositivos ligados e autenticados porque precisam olhar os aplicativos constantemente. Neste sentido, é importante que adotem medidas para reduzir ou minimizar os danos caso o celular desbloqueado seja furtado: a) não use a mesma senha para todos os aplicativos e não deixe aplicativos com senha salva, b) instale um programa de exclusão remota ou cópia de dados e de monitoramento do aparelho (se for no Iphone, é automático via iCloud), c) mantenha claros os contatos do seu banco e operadora de telefonia para que, caso tenha o equipamento furtado, consiga agir rapidamente! São medidas que reduzem o risco de ser vítima de fraude financeira.
Fui vítima!
Se teve o celular roubado e ele estava desbloqueado, no minuto seguinte (sempre que possível) faça contato com seu banco. Caso tenham sido feitas transferências, requeira cancelamento ou atuação do antifraude. Igualmente, registre a ocorrência e caso o banco não repare ou não adote medidas para interromper a fraude, acione o Banco Central e o serviço de defesa do consumidor. Bloqueie também seu celular na operadora. Para bloquear o IMEI do celular roubado, os números são os seguintes: Claro: 1052 Oi: 1057 ou *144 TIM: 1056 ou *144 Vivo: 1058 ou *8486 Nextel: 1050 ou (11) 4004-6611
Como você se protege?
Está usando o PIX? Quais cuidados têm adotado? Escreva para nós, consultor@josemilagre.com.br e contaremos aqui a sua opinião.