24 de dezembro de 2025
Entrevista da semana

Sua marca é a comunicação

Larissa Bastos
| Tempo de leitura: 4 min

Quando criança, Márcia Vieira Palhacci gostava de passar suas tardes lendo notícias para si mesma em frente ao espelho, segurando um microfone. Desde aquela época, já havia decidido que sua carreira profissional estaria atrelada à comunicação. Conquistou o objetivo e, hoje, pode-se dizer que a comunicação é sua marca.

Formada em Relações Públicas (RP) na Unesp de Bauru, Márcia foi a responsável por incentivar a criação do setor de comunicação na Unimed Bauru, em 2001. Desde então, ela atua no departamento e, atualmente, é a gestora de marketing da empresa. Inclusive, por conta o ofício, cursou MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especializou-se em administração hospitalar.

O dinamismo necessário para se relacionar com pessoas de vários perfis também é fato no âmbito pessoal. Ela conta que gosta de ir a festas, estar com a família e amigos, e se esforça sempre para melhorar o ambiente em que está. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

JC - Você é de Bauru?

Márcia Palhacci - Nasci em São Paulo e minha família veio para Bauru quando eu tinha 9 anos. Nós construímos nossa vida aqui na cidade e hoje me considero bauruense, pois nunca mais saí daqui.

JC - E como começou sua trajetória na comunicação?

Márcia - Cursei Relações Públicas na Unesp. Me formei em 1993. Depois, comecei a trabalhar em alguns lugares na área de saúde, mas meu sonho sempre foi trabalhar na Unimed. E, em 1998, consegui um emprego terceirizado lá, como digitadora. Fiquei dois anos nessa função até ser contratada como recepcionista na Unimed. Após alguns meses nesse cargo, percebi que a Unimed não tinha setor de comunicação. Passei a buscar informações com outros funcionários sobre o que estava acontecendo na empresa e elaborei por conta própria um jornal interno com informações do dia a dia da empresa, e distribuí.

JC - Ou seja, foi você quem fez a primeira comunicação interna da empresa...

Márcia - Foi em 2000. Era coisa simples. Fiz outras edições do jornal depois e a diretoria e funcionários gostaram muito. Então, em 2001, decidiram montar a área de Marketing e me colocaram para trabalhar lá. E de lá nunca mais saí. 20 anos depois, sou gerente de marketing e conto com oito pessoas na minha equipe.

JC - Trabalhou em outros lugares?

Márcia - Fui professora do curso de publicidade e propaganda na FIB durante nove anos. Dei aulas de redação publicitária, criação e apresentação de campanhas. Também lecionei marketing por um ano para alunos de Administração. Foi um período maravilhoso. Fiz grandes amizades com os alunos, mas chegou um momento em que eu tive que escolher apenas um dos trabalhos. Sinto saudade, mas estou feliz hoje.

JC - De onde vem a motivação para se dedicar tanto ao mesmo trabalho?

Márcia - A comunicação é muito dinâmica. Eu nunca estagnei. Sempre procurei me aperfeiçoar e hoje vejo que temos um desafio grande, de nos comunicar com nosso principal público, os idosos, mas também não deixar de conversar com o jovem, que também pode ser nosso cliente. Então, temos que ter estratégias para falar com todos os públicos. São os desafios e transformações diárias que me motivam.

JC - Qual área gosta mais?

Márcia - Da parte de criação. Tenho mais essa vibe de criar, de imaginar...

JC - E quais os planos para os próximos anos?

Márcia - Continuar trabalhando! (Risos). Já me aposentei, mas não penso em sair. Só tenho vontade de continuar buscando conhecimento e trabalhando. Sou muito realizada.

JC - Sabe dizer de onde veio a identificação com a comunicação?

Márcia - Quando criança, minha paixão era me arrumar, pegar um microfone e um jornal ou uma revista, e ficar em frente ao espelho lendo notícias. Passava a tarde inteira fazendo isso. Então, nunca pensei em outra profissão. Prestei jornalismo na Unesp e passei no turno matutino. Mas, como eu trabalhava, só podia estudar à noite. Meu amigo, então, sugeriu de eu fazer RP para depois tentar transferência. Fiz isso e acabei me apaixonando pela profissão. Hoje, acho que tenho mais perfil de RP do que jornalista.

JC - O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre você?

Márcia - Eu adoro ir a festas e viajar com meu marido Luis Gustavo Lopes Palhacci. Somos casados há 28 anos. Temos uma filha, Isabella Vieira Palhacci Furlanetto, de 27 anos, que se casou no civil ano passado e vai casar religiosamente com meu genro, Felipe Furlanetto, este mês (outubro). Quando acordo, converso com minhas gatas Magda e Margo, e canto para elas (risos). Também sou palmeirense e tenho uma bicicleta elétrica que adoro. Há dois meses, tive Covid e foi marcante para mim. Não apresentei muitos sintomas, mas senti muito medo, porque não sabia como a doença poderia evoluir. Isso reforçou para mim o quanto gosto de estar com minha família e amigos. Meus dois irmãos moram em Bauru e somos muito próximos. Nossos pais faleceram muito cedo, o que nos uniu mais. Aqui, não temos familiares nem por parte de pai - a família é de Campo Grande -, nem por parte de mãe, pois são todos de São Paulo. Então, considero meus amigos de anos como meus familiares. Ah, e vou ser sempre uma pessoa que preserva muito as relações, que vai fazer de tudo para viver em um ambiente agradável, por mais que a gente esteja triste.