15 de dezembro de 2025
Geral

Aos 97 anos, morre o empresário Mário Martins, do Pátio Bauru

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 2 min

Morreu, aos 97 anos, o empresário Mário Martins, sócio-proprietário do Pátio Bauru, que abriga veículos recolhidos por irregularidades há mais de três décadas na cidade. Segundo a família, Martins foi diagnosticado com Covid-19 em 13 de janeiro e, no dia 19, foi internado com comprometimento pulmonar provocado pela doença. Ele faleceu na noite de sexta-feira (21), após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

Descendente de portugueses e nascido em Igaraçu do Tietê, Martins se mudou para Bauru com a família ainda jovem, quando ingressou na extinta Guarda Civil de São Paulo. Em 1970, a unificação entre a Força Pública e a Guarda Civil de São Paulo deu origem à Polícia Militar e ele passou, então, a pertencer aos quadros da corporação.

Depois de aposentar-se como oficial da reserva, criou, com o filho Newton Martins, um centro de simuladores de direção voltado à formação de condutores, na década de 1980. "Os simuladores eram obrigatórios, na época. Mantivemos a empresa por cinco anos e, em 1986, houve uma licitação da Polícia Civil que cuidava do Detran para a prestação do serviço de pátio de veículos em Bauru. Fomos os vencedores e mantemos o pátio até hoje", descreve Newton, que sempre foi sócio do pai.

Martins também chegou a ser presidente da Associação de Pais para a Integração Social e Escolar da Criança Especial (Apiece), entidade com a qual colaborou até o fim da vida. "Ele era muito solícito e generoso, inclusive com os amigos e a família inteira. Não deixava ninguém passar necessidade", relembra.

'CUSTOS VIGILAT'

O empresário foi, ainda, presidente e um dos fundadores da Regional Bauru da Associação da Polícia Militar, e, por mais de 20 anos, ficou à frente da Associação da Guarda Civil de São Paulo no município.

Teve o reconhecimento de seu envolvimento e papel social ao receber a Medalha do Mérito "Custos Vigilat", da Câmara Municipal de Bauru.

"Sua história deixa marcas pela generosidade com que sempre tratou não apenas os amigos, mas todos que a ele recorriam em busca de auxílio. Sua vida por aqui se finda marcada por sua honradez, firmeza e grandiosidade. Era um homem peculiar e precioso e, por isso mesmo, a lacuna que ele deixou vai ficar para sempre escancarada", comenta Catarina Carvalho, líder da Apiece.

Newton Martins conta que o pai se manteve ativo até o fim da vida. Há cerca de um mês, havia ido ao Mato Grosso para pescar, um de seus hobbies favoritos. Apaixonado por viagens, fez seu último passeio para o Exterior aos 95 anos, quando levou uma neta para conhecer Portugal. "Ele conheceu vários países. A cada ano, levava um sobrinho ou neto para passear. Ele trabalhou muito, ajudou muita gente, mas também aproveitou a vida. Foi um exemplo de ser humano", observa.

Martins era viúvo de Ediva Travaglini Martins e deixa os filhos Dalva, Newton e Milton, além de 11 netos, 13 bisnetos e dois trisnetos. Seu corpo foi sepultado neste sábado (22) no Cemitério da Saudade, em Bauru.