24 de dezembro de 2025
Geral

'O Centro não pode mais esperar'

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 2 min

Símbolo histórico do desenvolvimento de Bauru, que tem como matriz econômica o comércio e a prestação serviços, o Centro aguarda há anos por sua revitalização. Essa, inclusive, é a principal demanda do segmento comercial da cidade, que cobra do poder público ações estratégicas e projetos de médio e longo prazos para que a região central volte a ser ocupada por moradores e a ter "mais vida".

"O Centro não pode mais esperar. A cidade é um polo regional de comércio e serviços e é a área central que concentra o grande volume desses estabelecimentos, embora haja pujança também nos bairros. O Centro é fundamental para atrair a região para cá, mas ele está esquecido", pontua Walace Sampaio, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e Região (Sincomércio).

Em junho deste ano, o Executivo abriu licitação para reforma do Calçadão da Batista. "É uma obra importante, mas é preciso lembrar que o Centro não é só o Calçadão e não vemos planejamento para um processo de revitalização de fato. Esse tema nem mesmo é mais discutido pelo município", acrescenta Sampaio, criticando ainda a inércia para ocupação da Estação Ferroviária.

Para ele, Bauru precisa incentivar o retorno da moradia ao Centro, assim como ocorre em capitais e em outros países. "É algo que não dependeria de recurso público, porque toda a infraestrutura para trazer os moradores de volta já existe e é subutilizada. O que precisa é o município impulsionar outros padrões de construções com projetos adequados ao perfil do Centro, para motivar a iniciativa privada, as construtoras, porque mercado tem. Seriam moradias menores e para pessoas que dependam da oferta do transporte público", reforça Walace.

A mesma opinião é compartilhada pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Reinaldo Cafeo, que diz sentir ausência do setor público não só quanto à revitalização, mas também quanto ao disciplinamento do comércio de rua. "Não se tem nem uma padronização de horários, um olhar de segurança, de infraestrutura. É como se cada bairro e o Centro tivessem sua dinâmica própria", comenta Cafeo.

Segundo o presidente da Acib, um olhar mais cuidadoso da prefeitura ajudaria a identificar, inclusive, vocações do comércio não só na área central, mas em cada região da cidade, o que estimularia maior giro Econômico.