Um protesto com formato inusitado chamou a atenção de quem passou pela Duque de Caxias, em Bauru, na manhã desta quarta-feira (3). Promovida pelo Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a manifestação foi realizada em frente a quatro instituições bancárias situadas na avenida. Os locais receberam a simulação de um ringue como forma de expressar a luta sindical entre bancários e banqueiros, no qual os últimos "dão uma surra" nos primeiros.
O objetivo, segundo explica o coordenador do sindicato, Paulo Tonon, foi chamar a atenção da categoria para a campanha salarial de 2022 e também expor para a população os problemas que a classe tem enfrentado.
"Somos a terceira categoria que mais adoece no País, atrás dos professores e policiais. Em 2020, o INSS gastou milhões com o afastamento de bancários. Por isso, além do reajuste, cobramos a melhoria na estrutura dos bancos e mais contratações", explica Tonon. "E o ringue tem esse propósito, de chamar a atenção e de estimular as pessoas a entenderem o que ocorre com os bancários. E muita gente parou para filmar e tirar foto", acrescenta o coordenador sindical.
No ringue simulado, Mario Palharim representou o juiz do trabalho. Os lutadores foram interpretados por Ives Buzzo, que atuou como bancário, e Bruno Lopes, caracterizado de banqueiro, na figura da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), entidade paralela à Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
REIVINDICAÇÕES
A manifestação de ontem ocorreu dentro do contexto de negociações relacionadas à data-base da categoria, que é setembro. As discussões entre as federações e os sindicatos vêm desde meados de julho, quando a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), a qual o sindicato de Bauru é ligado, apresentou sua pauta de reivindicações.
Dentre os pedidos, estão: índice de reajuste de 37%; vale-alimentação e vale-refeição no valor do salário mínimo; fim das demissões imotivadas, da terceirização, das metas e de assédios; repúdio às privatizações dos bancos públicos; e PLR linear de 25%.
A Fenaban e a Febraban foram acionadas, mas não se posicionaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.