Se pudesse determinar a sua idade só pela maneira como se sente por dentro, quantos anos você diria que tem? As experiências diárias sugerem que frequentemente não vivemos o avançar do tempo da mesma forma, com muitas pessoas se sentindo mais velhas ou mais jovens do que realmente são. Há estudos que mostram que nossa "idade subjetiva" pode ser um indicador importante para questões relacionadas à saúde, incluindo as estimativas de risco de vida. De certa forma, dizem os especialistas, nós realmente somos tão velhos quanto nos sentimos.
Muitos pesquisadores estão tentando determinar os fatores biológicos, psicológicos e sociais que moldam a experiência do envelhecimento - e como esse conhecimento pode nos ajudar a ter vidas mais longas e saudáveis. Yannick Stephan, da Universidade de Montpellier, na França, examinou dados de três estudos longitudinais - conduzidos no decorrer de vários anos, para avaliar o impacto do tempo sobre os resultados - que, juntos, avaliaram mais de 17 mil pessoas de meia idade e idosas. Neles, a maioria dos entrevistados se sentia oito anos mais jovem do que sua idade cronológica real.
Alguns, contudo, sentiam-se mais velhos, e as consequências, nesses casos, eram sérias. Uma "idade subjetiva" de 8 a 13 anos maior que a cronológica elevava o risco de morte entre 18% e 25% durante o período do estudo.
Segundo Stephan, os chamados "jovens de alma" tendem a estar mais abertos a viver experiências novas, como viajar, e a praticar atividades físicas, por exemplo. Já quem se sente deprimido e vulnerável, provavelmente se sentirá mais velho, e o resultado pode ser um ciclo vicioso, com fatores psicológicos e físicos contribuindo para uma "idade subjetiva" maior e uma saúde pior.