24 de dezembro de 2025
Geral

'País carece de ortopedistas pediátricos'

Guilherme Tavares
| Tempo de leitura: 2 min

Faltam ortopedistas pediátricos no Brasil. Tal déficit gera impactos em parte da população que, não raras vezes, se prolongam até a idade adulta, afetando a qualidade de vida dessas pessoas e resultando também em custos significativos ao sistema público de saúde. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (Sbop), Gilberto Waisberg, um dos convidados de honra da 25.ª edição do Clube da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, evento que foi realizado neste mês, no Hospital da Unimed Bauru (HUB), com profissionais da área.

Esta foi a primeira vez que a cidade recebeu o encontro, voltado não só para médicos, mas também a enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde dos sistemas público e privado.

Segundo Waisberg, além da escassez, principalmente no Norte e no Nordeste, de médicos ortopedistas pediátricos, os profissionais também enfrentam dificuldades de acesso a tecnologias e estrutura em muitos Estados.

"Não consigo entender por que não cuidamos da criança. No futuro, ela será um adulto aposentado, usando uma prótese, e vai sair muito mais caro para o Estado do que se eu fizer uma cirurgia bem feita ou tratamento adequado na infância", avalia o presidente da Sbop.

EM BAURU

Rodrigo Borsatto Branco, ortopedista pediátrico cooperado Unimed Bauru e organizador do evento, estima que, em todo o País, há menos de 1 mil médicos nessa especialidade. Aqui na cidade, segundo ele, são quatro profissionais. "É pouco, mas, ainda assim, podemos nos considerar uma ilha de excelência", afirma.

"Tem Estados que não chegam a ter dois ortopedistas pediátricos. Nesses locais, essa criança, provavelmente, será atendida por um pediatra, mas operada por um ortopedista geral. Aqui [em Bauru], nós temos um número razoável. No Interior, talvez só Campinas tenha quatro profissionais", complementa Branco.

CONHECIMENTO

Outro convidado de honra da 25.ª edição do Clube da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica foi Mauro Morais Filho, ortopedista pediátrico da Clínica de Paralisia Cerebral da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).

"A principal importância desses encontros é ampliar o conhecimento. A ideia é tentar permear conceitos básicos para tentar dar maior assistência possível às crianças, reduzindo sequelas. Onde fazemos esses encontros, percebemos avanços", conclui o médico.