14 de dezembro de 2025
JC Criança

Coração de D.Pedro I está em Brasília


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O coração de D. Pedro I chegou a Brasília na manhã da última segunda-feira (22) para uma série de eventos em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. É a primeira vez que o órgão do imperador deixa Portugal em 187 anos. O transporte foi feito por uma aeronave VC-99 da Força Aérea Brasileira.

O órgão está imerso em um vaso de vidro cheio de um líquido semelhante a formol, que o tem conservado desde 1834. Ele voltará a Portugal em 8 de setembro. A decisão de Portugal de emprestar o coração de D. Pedro I para as celebrações no Brasil foi muito criticada por historiadores portugueses e brasileiros. 

Há preocupações, por exemplo, envolvendo a conservação do coração. Para evitar problemas, o órgão foi transportado em dispositivo pressurizado e a visitação ficará restrita.

O imperador D. Pedro I morreu em 1834. Ele foi responsável por declarar a Independência do Brasil. Seus restos mortais estão sepultados na cripta imperial, no Parque da Independência, em São Paulo, e o coração é preservado na capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Porto.

Mas por que coração foi embalsamado? Segundo Rui Moreira, em texto exposto na sala em que ficará o coração no Itamaraty, antes de morrer, Dom Pedro I pediu à mulher que seu coração embalsamado fosse doado à cidade do Porto como agradecimento pela resistência da população durante o Cerco do Porto (1832-1833), que permitiu a vitória dele em cima de seu irmão Dom Miguel, que à época queria reinar em Portugal.

O desejo foi cumprido e o coração foi entregue à Câmara Municipal do Porto. O órgão, porém, fica guardado na Igreja da Irmandade da Lapa, na cidade portuguesa.

A urna é protegida por cinco chaves que abrem outras etapas de proteção antes de se chegar ao recipiente.

D. Pedro I nasceu em Lisboa, em 1798, e era filho de D. João VI e Carlota Joaquina, rei e rainha de Portugal a partir de 1816. Tornou-se regente do Brasil em 1821, quando seu pai foi obrigado a retornar para Portugal. Aqui no Brasil se tornou líder do processo de independência, proclamando-a em 7 de setembro de 1822. Foi coroado como imperador e reinou até 1831, quando renunciou. Ele faleceu em Portugal, em 1834.