06 de outubro de 2024
Geral

DAE anuncia redução da dependência do Batalha, mas não descarta rodízio

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 3 min

O DAE afirma que conseguiu reduzir, de 35% para 22,5%, o número de moradores de Bauru que são abastecidos pelo Rio Batalha, manancial que está em vias de esgotamento no ponto onde a água é captada hoje. Atualmente, são cerca de 90 mil pessoas que ainda dependem deste sistema para receber o líquido em suas casas.

Segundo o presidente da autarquia, Marcos Saraiva, a diminuição do percentual só foi possível em razão da perfuração de novos poços na cidade, bem como a execução de interligações na rede, para levar água dos aquíferos a estas regiões antes abastecidas pelo Batalha. Porém, apesar das medidas, para este ano, o departamento não descarta a possibilidade de implementar rodízio de abastecimento a estes 22,5% de bauruenses, já que o nível da lagoa de captação estava em 2,94 metros nesta terça-feira (6), sendo o ideal de 3,20 metros e o limite para o início do racionamento em torno de 2,40 metros.

"Estamos em uma época seca, com muita poeira e vento, queda de folhas, o que leva as pessoas a lavarem, com maior frequência, quintais e carros. Além disso, estamos em um período quente, que faz os bauruenses consumirem mais água, tomarem mais banho, encherem piscina infantil. Nosso apelo é para que a população use de forma racional, que não desperdice agora para não faltar depois", comenta Saraiva.

RISCO

Para se ter ideia, o nível da lagoa de captação diminuiu em 18 centímetros apenas nos últimos cinco dias. Se a queda continuar neste ritmo, há risco de o racionamento precisar ser instituído daqui a duas semanas. A expectativa do DAE, contudo, é de que, além da conscientização da população, chova nos próximos dias, conforme já preveem institutos como o IPMet e Climatempo (leia mais ao lado).

"O período de seca vai até outubro, ou seja, temos ainda dois meses pela frente, e precisamos economizar água", reforça. Apesar de o rodízio castigar a população, Saraiva pondera que a situação é bem menos crítica que a do ano passado, quando o racionamento começou em abril, chegando, no período mais complicado, a um esquema de revezamento de três dias sem abastecimento e um com.

"Para este ano, se houver rodízio, será, no máximo, no sistema de 24 horas com água e 24 horas sem. Como a maioria das residências tem caixa d'água, a população não sentiria tanto como em 2021", diz. Ainda de acordo com o presidente do DAE, o risco de racionamento só existe porque a autarquia não conseguiu abrir mais três poços neste ano, como previsto.

Isso porque as licitações para perfuração de poços no Distrito Industrial 3 e Chácaras Cardoso foram desertas e a sondagem para o poço na Vila Serrão concluiu que a vazão era insuficiente. Os editais para a execução de obras nos dois primeiros endereços serão republicados na próxima semana.

EMERGENCIAL

Saraiva também explica que a ampliação da dependência de Bauru por abastecimento de água vinda dos aquíferos é uma medida de emergência, mas temporária. Nos próximos dias, o DAE deve abrir uma licitação a fim de contratar projeto básico para construção de uma nova lagoa de captação do Rio Batalha, a 22 quilômetros de distância do ponto utilizado hoje.

"É um estudo que irá custar em torno de R$ 3 milhões e que deve ser finalizado dentro de um ano. Depois, possivelmente no começo de 2024, se conseguirmos recursos, iremos licitar o projeto executivo e a obra juntos, com custo estimado de aproximadamente R$ 178 milhões. Conseguiríamos captar ali 250 litros por segundo", comenta.

Para se ter ideia, no ponto de captação atual, o DAE retirava 550 litros por segundo de água, volume que foi reduzido para 380 litros, com duas das três bombas operando. Agora, a meta é diminuir a operação no local para apenas uma bomba.