21 de dezembro de 2025
Saúde

Caminhada nórdica conquista adeptos no País: vale a pena?

Constança Tatsch
| Tempo de leitura: 3 min

Talvez de cara você não relacione o nome à atividade, mas certamente já viu a caminhada com bastão, ou caminhada nórdica. Popular na Europa, ela se tornou comum nos Estados Unidos e começa a chegar ao Brasil. E, não estranhe, vem para ficar. O sucesso é garantido porque a caminhada nórdica turbina o exercício, como explica o professor de educação física Marcio Atalla, pós-graduado em nutrição.

"A gente ainda não tem essa cultura, mas é uma atividade interessante. Com os benefícios que oferece, tende a virar moda lá fora e vir para cá também", avalia Atalla. Mas, afinal, qual é a vantagem de adicionar um bastão à sua caminhada?

Atalla diz que recebe muitos questionamentos por parte das pessoas que caminham ou pedalam sobre como trabalhar também os membros superiores. Os bastões, ao trabalharem os braços, podem ser a solução para essa questão.

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Coreia, em Seul, mostrou que essa atividade pode aumentar a força das extremidades superiores em indivíduos e pode ser uma melhor abordagem para elevar a força manual. Ter uma musculatura melhor em ombros, braços e mais força nas mãos são essenciais para as mais básicas atividades, como segurar coisas ou carregar uma sacola de mercado, por exemplo.

Além disso, a caminhada nórdica aciona o core (constituído por músculos do abdômen, da lombar, da pelve e do quadril), mais do que a caminhada comum. Isso é fundamental para melhorar a postura e o equilíbrio.

Esse, definitivamente, é um atrativo e tanto. A caminhada nórdica faz você gastar mais calorias percorrendo o mesmo espaço e no mesmo tempo, graças ao trabalho dos membros superiores.

Há diversos estudos que comprovam essa queima. Já em 1995, uma pesquisa publicada na revista mensal Medicine & Science in Sports & Exercise, do American College of Sports Medicine, a principal fonte de diretrizes e padrões em medicina esportiva e ciência do exercício, mostrava que essa atividade queimava até 18% mais calorias do que a caminhada comum.

Em 2019, um estudo feito por pesquisadores italianos da Universidade de Verona dividiu 38 pessoas em dois grupos: os que praticavam caminhada nórdica e os que apenas caminhavam, três vezes por semana. Seis meses depois, ambos perderam peso, mas com diferenças: os que andaram com bastões tiveram redução de IMC (índice de massa corporal) de 6%, contra 4% do outro grupo e tiveram redução da gordura abdominal de 8% contra 4% da segunda turma. Porém, apenas o pessoal da caminhada nórdica reduziu a gordura corporal.

Certamente há opções de exercícios que queimam ainda mais calorias, como a corrida, mas é uma ótima opção de atividade de baixo impacto.

A caminhada nórdica não é especialmente popular entre quem tem menos de 35 anos. Mas entre as pessoas mais velhas, ela tem um atrativo importante: traz segurança. "Para pessoas de mais idade é seguro porque melhora o equilíbrio. Assim, a pessoa pode aumentar a velocidade e a passada sem risco de queda", explica Atalla.

Uma pesquisa de 2009 publicada no Clinical Rehabilitation, publicação científica especializada em deficiência e reabilitação, mostrou que a resistência da parte inferior do corpo e o equilíbrio foram significativamente melhores em um grupo de caminhada nórdica em comparação com os grupos de caminhada comum e controle. A resistência da parte superior do corpo também foi significativamente melhor entre as pessoas que andaram com bastões.