Moscou - Com quase metade dos russos expressando "horror e ansiedade" ante a mobilização de 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia e a primeira queda de sua popularidade desde a invasão do vizinho em fevereiro, o presidente Vladimir Putin resolveu dar uma resposta simbólica às críticas que vem recebendo.
O líder anunciou nesta quarta (5) um novo decreto ampliando para uma série de categorias de estudantes a isenção de obrigatoriedade de responder ao chamado para a Guerra. O russo citou o texto durante um encontro com professores, que foi televisionado, nesta quarta (5). Estarão livres de lutar alunos de algumas universidades privadas e estudantes de pós-graduação de disciplinas técnicas específicas. É uma resposta às imagens de mães chorando a partida de filhos. Quando decretou a mobilização parcial e a anexação de quatro regiões ucranianas, em 21 de setembro, Putin trouxe o impacto até então distante do conflito que iniciou em fevereiro para dentro dos lares russos de forma inédita.
O único instituto de pesquisas ainda independente na Rússia, o Centro Levada, publicou a primeira pesquisa sobre o impacto da medida na percepção local da guerra. Nada menos do que 47% disseram ter sentido "horror e ansiedade" com a medida, ante 23% que se disseram chocados e 13%, com raiva.