Oslo - O ativista Ales Bialiatski, da Belarus, o Memorial, grupo de direitos humanos da Rússia, e o Centro para Liberdades Civis da Ucrânia ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2022. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (7) pelo comitê norueguês do Nobel.
A láurea às duas organizações e ao líder cívico responde ao avanço do autoritarismo na órbita do governo de Vladimir Putin e à Guerra da Ucrânia, possibilidade que já vinha sendo aventada antes do anúncio.
"Eles fizeram um notável esforço para documentar crimes de guerra, abusos de direitos humanos e de poder", afirmou o comitê. "Juntos, mostram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia."
Bialiatski, 60, está preso na Belarus. Diretor da principal organização belarussa de defesa dos direitos humanos - a Viasna (primavera) -, ele integrou uma espécie de conselho de transição formado após o ditador Aleksandr Lukachenko ser reeleito em 2020 em um pleito questionado. Perseguido, o grupo almejava promover a transferência de poder.
Já o Memorial russo, com mais de três décadas de atuação, é o mais antigo grupo de direitos humanos do país. Ele foi fundado por dissidentes soviéticos - incluindo o vencedor do prêmio Nobel da Paz e físico nuclear Andrei Sakharov- que se dedicaram a preservar a memória dos milhões de russos que morreram ou foram perseguidos em campos de trabalhos forçados durante a era Josef Stálin.
O Centro de Liberdades Civis da Ucrânia, por sua vez, foi fundado em 2007 e cresceu sua atuação desde a invasão russa. Entre outras coisas, o grupo monitora desaparecimentos forçados que alega serem promovidos por forças militares russas em território ucraniano.
Em nota, o centro, que é majoritariamente comandado por mulheres -de 13 membros da equipe e direção listados no site oficial, 11 são mulheres-, agradeceu à comunidade internacional pelo apoio.