17 de dezembro de 2025
Internacional

Rússia faz maior ataque com mísseis desde início da Guerra

FolhaPress
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Kiev - Dois dias depois do considerado "audacioso ataque' à ponte da Crimeia, que liga a península anexada em 2014 ao território russo, as forças de Vladimir Putin fizeram o mais amplo ataque a cidades da Ucrânia em mais de três meses. É uma 

Ao menos 75 mísseis, segundo o Exército ucraniano, atingiram alvos em centros urbanos como Kiev, Lviv, Ternopil, e Zitomir, no oeste do país, Dnipro e Krementchuk, na região central, e Mikolaiv e Zaporíjia, no sul. A capital registrou ao menos quatro explosões, no primeiro ataque desde o dia 26 de junho - ao menos cinco pessoas morreram.

A ação é uma retaliação do Kremlin à explosão - atribuída a um caminhão-bomba, mas ainda mal explicada -, ocorrida no sábado (8) na gigantesca obra que Putin inaugurou em 2018 como uma das principais de seu governo e a principal para permitir que a anexação fosse um sucesso.

O presidente russo classificou o episódio, que destruiu uma das pistas da ponte, de "ataque terrorista contra infraestrutura civil crítica". Foram palavras semelhantes às usadas nesta segunda (10) pelo seu homólogo em Kiev, Volodimir Zelenski.

"Putin é um terrorista que fala por meio de mísseis", afirmou o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, no Twitter. Uma das explosões na capital foi captada durante uma transmissão ao vivo da rede britânica BBC, com o repórter no local buscando abrigo logo em seguida. O metrô da cidade virou o abrigo preferencial na hora do rush matinal (madrugada no Brasil).

MAR CÁSPIO

Parte dos mísseis foi lançada de bombardeiros estratégicos voando no mar Cáspio. A retaliação é vista como a primeira reação de Putin não só à humilhação na ponte perto de Kerch, na Crimeia, mas também à série de derrotas em campo nas últimas semanas: perdeu territórios ocupados em Kharkiv e viu tropas ucranianas romperem suas defesas em Kherson (sul) e Donetsk (leste).

Essas duas regiões, assim como Lugansk (leste) e Zaporíjia (sul), foram anexadas na semana retrasada por decreto de Putin, apesar de suas forças não as controlarem totalmente. Diferentemente do que ocorreu na Crimeia em 2014, quando havia um senso de fato consumado no Ocidente da absorção sem conflito, agora tudo indica uma escalada na guerra.

APOIO DA BELARUS

A Rússia e sua aliada Belarus anunciaram nesta segunda-feira (10) o envio de uma força conjunta de mil soldados para patrulhar fronteiras da ditadura de Minsk. Até aqui, o vizinho permitiu ações militares russas contra Kiev por seu território, mas não empregou suas forças lá.

Não está claro o que ocorrerá agora, mas o ditador Aleksandr Lukachenko disse que a Ucrânia está "abrindo uma frente" contra seu país, explodindo pontes e minando pontos estratégicos.