Nova York - Com ampla maioria, a Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (12), em Nova York, um texto que condena a anexação de porções do território da Ucrânia pela Rússia.
A moção proposta pelo governo ucraniano foi analisada em mais uma das sessões de emergência para debater o conflito em vigor no Leste Europeu. Ao todo, 143 nações votaram a favor, e 5 contra. Outras 35 se abstiveram.
BRASIL
O Brasil apoiou o conteúdo. Havia expectativa sobre o voto do país: o rechaço ou a abstenção poderiam, de certo modo, dar munição a argumentos sobre uma suposta neutralidade brasileira na guerra.
Na última semana de setembro, o Conselho de Segurança, mais alto colegiado das Nações Unidas, rechaçou texto semelhante, que condenaria a anexação, após o veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes. O Brasil, membro rotativo, absteve-se na ocasião.
Durante discurso após a votação desta quarta, o embaixador brasileiro João Genésio de Almeida Filho afirmou que o país se soma à defesa de que civis em áreas de conflito não são livres para expressar suas opiniões. Portanto, os resultados dos referendos, disse ele, "não constituem uma expressão válida e devem ser considerados ilegítimos".
NADA SECRETO
Moscou tentou, sem sucesso, fazer com que a votação na Assembleia-Geral fosse realizada de maneira secreta. O país alegava que, com a pressão exercida por nações do Ocidente, tornava-se difícil que países menores exercessem seu posicionamento.
Diplomatas fizeram falas enfáticas contra as ações de Moscou. Sobraram ainda discursos críticos à própria ONU. A Croácia, por exemplo, disse que a anexação mostra a "fraqueza de nossas capacidades, especialmente quando a nação agressora é membro permanente do Conselho de Segurança".