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Viroses caninas no verão

da Redação
| Tempo de leitura: 5 min

As altas temperaturas e o aumento no fluxo de pessoas nas praias durante o verão favorecem o surgimento de viroses que podem afetar tanto humanos quanto animais de estimação. Surge a dúvida: o surto do norovírus, que recentemente causou sintomas como diarreia, vômitos, náuseas e febre, pode também afetar cães? Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), alerta que doenças virais em cães podem causar sintomas semelhantes, comprometendo a saúde dos pets.

De acordo com a veterinária, os cães podem desenvolver viroses em qualquer estação, especialmente se não vacinados e expostos aos vírus. Antes de viajar, Fabiana orienta garantir que o protocolo vacinal do animal esteja atualizado.

"Filhotes precisam de uma sequência de vacinas de acordo com a idade para alcançar imunização ideal. Se o protocolo vacinal ainda não estiver concluído, evite passeios e o contato com outros animais, pois o filhote estará vulnerável".

A veterinária alerta sobre mudanças na dieta dos cães durante as férias, advertindo que os tutores jamais ofereçam carnes gordurosas de churrasco, alimentos temperados ou chocolates, pois podem causar problemas gastrointestinais. "Antes de levar seu cachorro para o litoral, consulte um veterinário para avaliar o risco de doenças, como a dirofilariose. Essa condição prevalece em regiões como o Rio de Janeiro, São Luís e algumas áreas de Santa Catarina."

A qualidade da água e da comida exige cuidado redobrado. A má refrigeração favorece o crescimento de bactérias, o que pode causar intoxicação alimentar nos pets.

Volkweis indica trocar a água do animal várias vezes ao dia e evitar que o cão beba água do mar, devido ao excesso de sal e possível desidratação. "Dê preferência a rações e alimentos que não estraguem facilmente, mantendo-os protegidos do sol e em local fresco. Para aliviar o calor, ofereça bastante água fresca, além de alternativas como água de coco ou picolés específicos para cães".

VIAGENS

O verão é a estação perfeita para viagens em família, e muitos optam por levar seus pets para aproveitar as férias em praias ou locais com alta exposição ao sol. Porém, esses momentos de lazer podem trazer riscos para a saúde dos animais se não forem tomados os devidos cuidados.

Fabiana Volkweis ressalta a importância de proteger os pets durante a estação, garantindo que os animais estejam hidratados, protegidos e monitorados em ambientes diferentes para evitar problemas de saúde.

De acordo com Fabiana, quando a exposição solar é inevitável, é essencial usar protetores solares com fator de proteção superior a 30.

Segundo a professora, o produto deve ser aplicado nas áreas expostas cerca de 30 minutos antes do passeio e reaplicado a cada 12 horas.

Ela também ressalta a importância de levar água fresca para os pets e oferecer líquidos em intervalos regulares.

"Cubos de gelo com caldo de carne, picolés específicos para cães e água de coco são opções excelentes para manter a hidratação", acrescenta.

Fabiana reforça que há produtos específicos no mercado para proteger a pele de cães e gatos. A veterinária também sugere o uso de roupas com tecidos que refletem a radiação UV como complemento na proteção.

"Caso não encontre protetores veterinários, opte por produtos hipoalergênicos e resistentes à água, sempre tomando cuidado para evitar que o animal lamba ou ingira o produto".

Sobre os famosos mergulhos, a especialista alerta que a supervisão constante é fundamental em piscinas, mares ou lagos. Segundo a docente do CEUB, muitos cães não estão acostumados à água e podem se afogar facilmente.

Em casos como estes, ela orienta enxaguar o pet com água corrente após o banho para remover sal ou cloro, prevenindo problemas dermatológicos.

"Se o animal ingerir água do mar, isso pode causar intoxicações graves; leve sempre água potável para o passeio", reforça.

A professora alerta que algumas raças são mais vulneráveis ao calor, como os cães braquicefálicos: Pug e Buldogue Francês.

"Essas raças têm dificuldade para regular a temperatura corporal e são mais propensas a hipertermia", explica Fabiana. Ela recomenda evitar exercícios durante o período mais quente do dia.

Sinais de insolação ou desidratação

A veterinária Fabiana Volkweis recomenda atenção aos sinais de insolação ou desidratação nos pets. A professora frisa que sinais como respiração ofegante, mucosas vermelhas, aumento da frequência cardíaca e vômitos pode acender o alerta para estes problemas, ocasionando ricos para o animal. "Se notar esses sintomas, leve o animal para um local fresco, ofereça hidratação e, se os sinais persistirem, procure atendimento veterinário imediatamente". Para garantir a hidratação adequada, a especialista reforça que o tutor sempre estimule a ingestão de líquidos oferecendo opções refrescantes, como picolés específicos e caldos de carne congelados.

Outro erro recorrente que tutores cometem é expor o animal em longas caminhadas nas ruas, em períodos mais quentes. Segundo ela, solos como areia ou asfalto, podem causar queimaduras nos coxins dos cães. "Para passeios, o ideal é sempre escolher horários do dia com a temperatura mais amena, como pela manhã ou fim da tarde."

Sem pânico, tutores! Fabiana Volkweis afirma que se o tutor seguir os cuidados corretamente, o verão será um período seguro e prazeroso tanto para eles quanto para seus companheiros de quatro patas.

Meu cão ficou doente e agora?

Se o pet apresentar diarreia, o primeiro passo é observar o quadro. A veterinária Fabiana Volkweis explica que, se for um episódio isolado, a orientação é manter o animal hidratado e evitar mudanças na dieta. "Porém, se a diarreia persistir, leve o cão ao veterinário, pois esse sintoma pode ter diversas causas, desde intoxicações alimentares até doenças mais graves", orienta a especialista. Além das viroses, a médica veterinária reforça que o aumento de mosquitos, como pernilongos e borrachudos, traz riscos aos pets. "Assim como os humanos, os pets podem contrair doenças transmitidas por mosquitos, como leishmaniose e dirofilariose", explica. Como proteção, coleiras específicas ajudam a repelir insetos, medicamentos tópicos e repelentes específicos para pets. "Há também repelentes naturais, mas a eficácia contra certos vetores deve ser avaliada com um veterinário".

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