Nesta quinta-feira (12), a 2.ª Câmara do Tribunal de Justiça Militar (TJM) manteve, de forma unânime, por três votos a zero, a condenação de dois cabos da Polícia Militar de Bauru por estupro de uma adolescente de 12 anos, no bairro Ferradura Mirim.
Os cabos Wellington Camargo da Silva e Fernando Silva Teles estão presos desde 8 de agosto, quando foram condenados pela 4.ª Auditoria da Justiça Militar a 9 anos e 7 meses de prisão pelo estupro e a 1 ano e 3 meses de prisão por abuso de autoridade.
Eles alegam que são vítimas de armação feita por traficantes e garantem inocência em relação ao crime, ocorrido em 28 de abril deste ano, quando o primeiro teria praticado o ato e o segundo sido conivente.
Na ocasião, o JCNET divulgou a denúncia registrada em boletim de ocorrência, segundo o qual Wellington Camargo da Silva teria introduzido, por duas vezes, o dedo nas partes íntimas de uma menina naquela madrugada.
Segundo registro policial, o agente corria atrás de alguns garotos que fugiram de uma abordagem e teria entrado na residência onde estava a vítima pela janela do quarto. Em frente à menina e a um casal morador do imóvel teria perguntado: “quer morrer todo mundo agora?”, consta do documento.
Depois, ainda de acordo com o registro, o policial também teria separado a vítima dos adultos e a levado para o quarto do casal.
Ele, então, teria aberto a porta do guarda-roupa, fazendo com que a vítima ficasse escondida atrás da porta, momento a que a estuprou. Ela sentiu fortes dores e percebeu que havia sangue, inclusive durante a aula. A escola, então, ligou para a mãe dela para que fosse buscá-la. A estudante passou por exame de corpo de delito, que constatou a violência sexual.
"Mesmo causando dor extrema na adolescente, ele repetiu o ato por mais uma vez. Após, repreendeu a ofendida, dizendo que 'ela estava muito para frente (do armário) e iria meter a mão na cara dela' (sic). Toda a prática delitiva do cabo Camargo foi acobertada pelo cabo Silva Teles, que se manteve no cômodo vizinho, em poder dos proprietários da residência", afirmou a denúncia da promotoria
AMEAÇA
Enquanto o colega permanecia com a menina, o cabo Silva Teles teria retirado drogas de uma sacola que trazia consigo e ameaçado o casal, perguntando "se era hoje que eles seriam presos", acrescentou a promotoria na denúncia. De acordo com o órgão, os acusados cometeram crime de abuso de autoridade ao adentrarem, sem autorização e sem motivo que justificasse sua presença, no imóvel das vítimas, ameaçarem as vítimas, além de Camargo ter cometido crimes sexuais contra a adolescente, com a participação de Silva Teles, que concorreu para o cometimento dos delitos.
A reportagem tenta contato com a defesa dos cabos Wellington Camargo da Silva e Fernando Silva Teles e está aberta a manifestações.