É, minha gente, o PT já não tem aquela hegemonia de outros tempos nas prefeituras do país. As eleições municipais deste outubro deram um recado claro: o Partido dos Trabalhadores até garantiu o comando em redutos tradicionais do Nordeste, mas perdeu terreno em estados que, em 2022, ajudaram a eleger o atual presidente. E se engana quem acha que essa dança de cadeiras nas prefeituras é apenas questão de política local; estamos falando de uma prévia do que pode vir em 2026.
Os números não mentem: dos 13 estados onde o PT saiu vitorioso na eleição presidencial passada, em quatro o Partido Liberal (PL), o time de Jair Bolsonaro, conseguiu eleger mais prefeitos. Em outros seis, o PT manteve a dianteira, e o placar deu empate em três. Mas o que chama a atenção é o avanço do PL até em territórios que eram considerados cativos para os petistas. O jogo está mudando, e essa mudança pode ser um reflexo de um sentimento de "antipetismo" que insiste em não desaparecer, principalmente no interior.
E a história se repete nas regiões onde Bolsonaro teve maioria em 2022: de 14 estados, em 12 o PL cravou um número superior de prefeituras em relação ao PT. O partido do ex-presidente se consolidou ainda mais em áreas que já lhe eram favoráveis, conquistando 509 prefeituras, das quais 137 estão em regiões que deram vitória ao presidente petista há dois anos. Por outro lado, o PT ficou com apenas 38 executivos municipais em territórios onde Bolsonaro foi o escolhido nas últimas eleições presidenciais.
A matemática política é simples e cruel: prefeitos são cabos eleitorais de peso, e quando um partido ganha força nas prefeituras, está montando uma base sólida para se alavancar nas eleições estaduais e federais. Portanto, essa mudança no tabuleiro pode ser um baita problema para o PT na hora de costurar alianças e preparar o terreno para 2026. O recado está dado: se o partido de Lula não conseguir reverter essa perda de espaço, vai ter que remar muito para garantir os votos que precisa daqui a dois anos.
O que vemos agora é um mapa eleitoral redesenhado, onde o PT precisa recalcular a rota e o PL aproveita para consolidar o espaço.
As eleições municipais de 2024 foram apenas o aquecimento. A disputa real será daqui a dois anos e, pelo jeito, vai ser uma briga de foice no escuro. A polarização continua firme e forte, e 2026 promete ser um ringue com os dois lados prontos para o combate.