OPINIÃO

Hélcio Pupo Ribeiro, um baluarte das artes

Por Archimedes Azevedo Raia Jr. |
| Tempo de leitura: 2 min
O autor é professor titular aposentado da UFSCar-Universidade Federal de São Carlos

Neste mês de setembro comemora-se o 22º aniversário da morte do consagrado professor Hélcio Pupo Ribeiro. Era filho de Jotó Pupo Ribeiro e do imigrante português José Ribeiro da Silva, ex-presidente, construtor e fundador do Hospital da Beneficência Portuguesa, do Rotary Clube e 1º vice-cônsul de Portugal em Bauru. Comerciante pioneiro na cidade, fundou, na rua Batista de Carvalho, a tradicional Casa Ribeiro, em 1914.

Realizou seus estudos no Colégio São José de Bauru (primário), no tradicional Colégio São Bento (ginásio), na Capital, no Colégio Guedes de Azevedo (colegial e superior), com formação de Perito-Contador. Tinha Especialização em Artes pela Unesp. Assim como seu pai, Hélcio amava as artes, a música e os livros. Atribuía ao pai, que era um bom flautista e músico preocupado com a qualidade da composição, o seu despertar para a música e as artes.

Exerceu a docência no campo das artes na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na Fundação Educacional de Bauru e na Unesp, se realizando como professor autodidata, devidamente reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação. Foi autor dos livros: História da Arte (1969), Encontro com o Barroco Mineiro: o Aleijadinho (1972), Artes Industriais (1985), e Caminhos da Cultura (1997).

Seu nome foi inserido no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos, em 1980, como professor, crítico de arte e historiador. Foi membro e presidente da Academia Bauruense de Letras.

Em 1980, foi homenageado pela Câmara Municipal com o título Cidadão Benemérito, pelos relevantes serviços prestados à cultura de Bauru. Tornou-se membro, em 1983, da Associação Paulista de Críticos de Arte e Membro Honorário da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil.

Hélcio foi cultor da música erudita e popular brasileira, além de colaborador do JC por mais de 40 anos, e de diversos outros jornais. Fundou, em 1943, o Clube Amigos da Boa Música (CABM), reconhecido como de utilidade pública, o qual dirigiu até 2002, quando veio a falecer; completou quase duas mil audições. A partir de 1994, passa a produzir e apresentar, na Rádio Unesp FM, o programa "Audições Amigos da Boa Música".

Seu grande amor pelas artes o instigou a realizar muitas viagens por diversos países, com o intuito de visitação a igrejas históricas, museus, galerias de arte etc. O material produzido ilustrava suas aulas, palestras e audições.

O acadêmico Jarbas Basílio (†2016), um dos membros-fundadores da Academia Bauruense de Letras, escreveu: Hélcio possui um "valor intelectual de que Bauru tanto se orgulha, com uma primorosa incursão pelo mundo das artes [...], assunto que domina com invulgar proficiência, graças ao seu reconhecido tirocínio - fruto de persistente dedicação e longa militância didático-profissional".

Apesar do currículo extraordinário, com trabalho hercúleo na promoção, no incentivo, na divulgação da cultura e destacado amor pelas artes, Bauru ainda não homenageou post mortem esse seu filho de renome internacional. Pupo Ribeiro é parte da história e dos anais culturais de Bauru e do país.

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