Na seca
Não faltaram críticas na sessão desta segunda-feira (9) à gestão das águas em Bauru. E de todos os lados - da situação à oposição. De um lado, o vereador Mané Losila (MDB) evitou críticas a seu correligionário, o presidente do DAE Renato Purini, mas sugeriu o seu colega agora dá sobrevida às más gestões anteriores da autarquia. De outro lado, a oposição aproveitou de baciada a situação para dizer que água nunca foi prioridade no governo.
Propostas
Noves fora a disputa política, fato é que a própria base do governo defende a viabilidade de um projeto pela captação de água mais distante, sobretudo no Rio Tietê. Especialmente diante da informação interna do DAE de que o plano para se retirar água da lagoa da Quinta da Bela Olinda minguou.
Problema
O problema, segundo apurou a coluna, não é exatamente a água da lagoa - que é tratável, segundo análise técnica da autarquia de água e esgoto -, mas sim a difícil logística que a medida envolveria. Seriam vários caminhões transportando recursos hídricos sem necessariamente uma viabilidade econômico-financeira por trás disso.
Convênio
De qualquer forma, o município acertou nesta segunda-feira ao formalizar a renovação do convênio que mantém com o projeto Sacre (Soluções Integradas para Cidades Resilientes) desde 2022. A iniciativa é conduzida pelo hidrogeólogo Ricardo Hirata, professor titular do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP).
Contexto
Hirata conversou com a coluna ao final da tarde de ontem e disse, entre outras coisas, que um dos principais relatórios do projeto deve ser entregue no começo do ano que vem. A principal dúvida neste momento é saber o volume exato de diminuição do aquífero Guarani em Bauru e até quando dele se pode retirar água sem que o reservatório colapse.
Amostragem
A parte prática do Sacre começa a partir de agora, após longos meses de coleta de vários dados a respeito do sistema hídrico de Bauru e também da bacia hidrográfica do Batalha. As medições que ditarão o resultado do projeto começam desde já.
Relevância
Essas informações serão fundamentais, por exemplo, à elaboração de um novo plano de contingência da estiagem - um plano verdadeiramente eficiente. O Sacre também vai demonstrar se há necessidade de que poços sejam realocados e apontar para os locais em que eles serão mais efetivos.