A Spin branca descaracterizada pertencente a Apae Bauru e utilizada pela secretária executiva da entidade, Claudia Regina da Rocha Lobo, 55 anos, que está desaparecida desde a tarde desta terça (6), foi localizada no final da manhã desta quarta-feira (7), estacionada na quadra 5 da alameda Três Lagoas, na Vila Dutra, em Bauru. O veículo passou por perícia e o caso segue sob investigação. Até o fechamento desta edição, Claudia não havia sido localizada.
Durante os trabalhos, peritos coletaram impressões digitais, além de possível material genético em uma das rodas traseiras. O veículo estava destrancado, e a chave estava no quebra-sol. Segundo moradores da rua, a Spin foi vista no endereço na terça, por volta das 18h.
Ontem, por conta da repercussão do caso, eles fizeram contato com a polícia, também acionada por familiares da profissional que, junto com amigos e colegas, a procuram pela cidade. Ninguém foi notado pela vizinhança entrando ou saindo do carro, informaram ao JCNET. A reportagem também não localizou câmeras de segurança naquela localidade.
A filha de Claudia, Letícia Rocha Prado, acrescenta que sua mãe foi vista pela última vez por volta das 15h de terça, quando deixava a unidade da Apae da rua Rodrigo Romeiro, no Centro, conforme registraram imagens de câmera de segurança instaladas na quadra 2.
Ela estava com uniforme da entidade e entrou no veículo, com o qual deixou o endereço. As polícias Militar e Civil foram acionadas pela filha e também pelo presidente da Apae Bauru, Roberto Franceschetti, que solicitam a ajuda de todos para encontrá-la.
Letícia relatou que a mãe reside no mesmo prédio que ela, mas em apartamento distinto, na região do Estoril Centreville. "Ela não me relatou nada de diferente, não mencionou desentendimentos e deixou na Apae, antes de sair com o carro, o celular e a bolsa sobre a mesa. Levou apenas documentos impressos", contou a filha.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Claudia deve entrar em contato pelos telefones (14) 99875-0050 ou (14) 99660-1147.
Investigações
Em entrevista coletiva, o delegado titular da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (1.ª DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, Cledson Luiz do Nascimento, ressaltou que nenhuma hipótese pode ser descartada neste momento inicial das investigações.
"No trabalho, a gente apurou que ela saiu sem dizer para onde ia, com um envelope, e deixou o telefone no local, fato que não é comum. Existe a dificuldade de termos o rastreio tecnológico de onde a pessoa está", diz. "A investigação, neste momento, é para descobrir esse lapso temporal entre a saída dela da Apae e o encontro do carro". O envelope que aparece nas mãos de Claudia em imagens de câmeras de segurança não foi encontrado.
De acordo com o delegado, gravações de circuitos de segurança mostram que a Spin trafegou por avenidas como a Nações Unidas e Elias Miguel Maluf até ser deixada, por volta das 16h de terça, no local onde ela foi encontrada. Segundo ele, a película protetora existente nos vidros do veículo impediu a visualização de quem estava dentro dele durante o trajeto.
"Há uma série de medidas cautelares, que dependem de autorizações judiciais, para entendermos o que possa ter acontecido, se efetivamente foi um fato isolado, de alguém que a encontrou em uma abordagem e levou ela para a prática de um roubo de veículo ou se foi uma situação já anteriormente marcada por ela para encontrar determinada pessoa", explica.
O titular da DIG informou que não poderia dar detalhes sobre o que foi encontrado pela perícia no veículo usado por Claudia para não atrapalhar as investigações, mas pontuou que havia "vestígios de interesse" relevantes que devem contribuir para esclarecer o caso.