LEI LUCAS

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Com 'Super Socorrista', projeto treina profissionais para resgatar engasgados

Com 'Super Socorrista', projeto treina profissionais para resgatar engasgados

Trabalho foi idealizado por professores da Unesp e conta com a participação de alunos e ex-alunos; o grupo atua com base nas diretrizes propostas pela Lei Lucas de 2018

Trabalho foi idealizado por professores da Unesp e conta com a participação de alunos e ex-alunos; o grupo atua com base nas diretrizes propostas pela Lei Lucas de 2018

Por Guilherme Matos | 19/11/2023 | Tempo de leitura: 4 min
da Redação

Por Guilherme Matos
da Redação

19/11/2023 - Tempo de leitura: 4 min

Divulgação

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O "Super Socorrista", um mascote de 11 anos que representa estudantes das escolas públicas, é o protagonista de uma campanha da Universidade Estadual Paulista (Unesp), cujo objetivo é garantir segurança às crianças. O personagem integra o projeto de extensão Lei Lucas, que tem como propósito treinar funcionários e professores de escolas de Botucatu (a 100 quilômetros de Bauru) para prestar os primeiros socorros a pequenos vítimas de engasgamento.

A proposta também prevê a capacitação de policiais militares, guardas municipais e reforça o repertório das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de produzir materiais gráficos para instruir servidores e pais sobre esse tipo de obstrução da via aérea.

Tanto a comunicação quanto a formação dos profissionais respeitam as diretrizes estabelecidas pela Lei Lucas de 2018, que obriga estabelecimentos de ensino públicos, privados e de recreação infantil a capacitarem suas equipes com noções básicas de primeiros socorros.

No entanto, a despeito da obrigatoriedade vigente em todo território nacional, os municípios e estabelecimentos privados ainda patinam para cumpri-la. Diante do contexto e com o intuito de prestar esse o apoio, surgiu o projeto da Unesp.

PROJETO

Neste sentido, uma equipe multidisciplinar foi reunida por Newton Key Hokama, médico e professor da Faculdade de Medicina da Unesp Botucatu, incluindo a participação da médica e professora Joelma Gonçalves Martin, do Departamento de Pediatria, também em Botucatu, que já trabalhava previamente com os treinamentos.

Segundo ela, 890 funcionários da rede pública receberam a capacitação, além dos policiais, guardas e profissionais de saúde do Samu, somente em 2022. No entanto, foram necessárias algumas adequações para cumprir com a Lei Lucas.

"A lei é mais específica e cobra um posicionamento mais rigoroso. Além de treinar a equipe da escola para reconhecer, prevenir e atuar nas emergências, é necessário um acompanhamento, que inclui retornos frequentes e, até avaliações sobre os conhecimentos dos alunos", afirma.

Ela conta que, em uma semana, foram 250 funcionários de escolas passaram por capacitação no novo modelo. De acordo Joelma, houve o registro de duas crianças engasgadas nas escolas, prontamente resgatadas pela equipe, agora preparada. "Aconteceu após a capacitação. Uma criança menor de 2 anos e outra de 5. Uma delas chegou a ficar roxa, mas os professores atuaram conforme as orientações e as salvaram", conta.

COMUNICAÇÃO

O projeto de extensão é supervisionado pela professora Ana Beatriz Pereira de Andrade, do Departamento de Design da Unesp de Bauru, juntamente com a também professora Adriana Yumi Sato Duarte. Ambas trabalham no Laboratório de Design Solidário (Labsol), onde atua também em outras iniciativas o ex-aluno Lucas Melara, fundador da LM&CO, empresa considerada "filha" da Unesp e especializada em branding (construção de marcas).

Por desenvolver propostas de impacto social em prol dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, ele foi convidado pela dupla para atuar também no projeto Lei Lucas.

Melara, que coordena a equipe e é designer chefe, explica que a identidade visual busca sensibilizar os adultos por meio da visão da criança. Tanto que o mascote é o "Super Socorrista", um menino de 11 anos. O profissional explica que desenho foi pensado para representar os estudantes das escolas públicas.

"O mascote chama a atenção das próprias crianças, que acabam insistindo que os pais se dediquem ao treinamento. Usamos essa identidade visual nas cartilhas e em todas as peças gráficas produzidas", descreve Melara.

LEGISLAÇÃO

A lei nacional foi batizada com o nome de Lucas Begalli Zamora, que faleceu aos 10 anos, em setembro de 2017, durante uma excursão escolar e causou comoção no País todo. A criança era estudante de uma escola particular de Campinas e, durante o passeio, se engasgou com um pedaço de salsicha servida em um cachorro quente.

A ausência de uma pessoa que soubesse realizar a manobra Heimlich (usada para desengasgar) fez diferença. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu, mas dois dias depois, morreu no hospital.

A socorrista Andrea Zamora Bettiati, irmã da mãe de Lucas, Alessandra Begalli Zamora, decidiu lutar pela lei que obriga os estabelecimentos a treinarem suas equipes - e conquistou a aprovação em 2018.

De acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade, o Brasil registrou 204 mortes de crianças decorrentes de "Inalação e ingestão de alimentos causando obstrução do trato respiratório", somente em 2022. No ano corrente, o País acumulou 98 casos do mesmo tipo. Em setembro deste ano, aos 48 anos, Rodrigo Peixoto morreu após se engasgar em um restaurante.

 Material utiliza a tipografia do Menino Maluquinho, de Ziraldo

O "Super Socorrista", um mascote de 11 anos que representa estudantes das escolas públicas, é o protagonista de uma campanha da Universidade Estadual Paulista (Unesp), cujo objetivo é garantir segurança às crianças. O personagem integra o projeto de extensão Lei Lucas, que tem como propósito treinar funcionários e professores de escolas de Botucatu (a 100 quilômetros de Bauru) para prestar os primeiros socorros a pequenos vítimas de engasgamento.

A proposta também prevê a capacitação de policiais militares, guardas municipais e reforça o repertório das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de produzir materiais gráficos para instruir servidores e pais sobre esse tipo de obstrução da via aérea.

Tanto a comunicação quanto a formação dos profissionais respeitam as diretrizes estabelecidas pela Lei Lucas de 2018, que obriga estabelecimentos de ensino públicos, privados e de recreação infantil a capacitarem suas equipes com noções básicas de primeiros socorros.

No entanto, a despeito da obrigatoriedade vigente em todo território nacional, os municípios e estabelecimentos privados ainda patinam para cumpri-la. Diante do contexto e com o intuito de prestar esse o apoio, surgiu o projeto da Unesp.

PROJETO

Neste sentido, uma equipe multidisciplinar foi reunida por Newton Key Hokama, médico e professor da Faculdade de Medicina da Unesp Botucatu, incluindo a participação da médica e professora Joelma Gonçalves Martin, do Departamento de Pediatria, também em Botucatu, que já trabalhava previamente com os treinamentos.

Segundo ela, 890 funcionários da rede pública receberam a capacitação, além dos policiais, guardas e profissionais de saúde do Samu, somente em 2022. No entanto, foram necessárias algumas adequações para cumprir com a Lei Lucas.

"A lei é mais específica e cobra um posicionamento mais rigoroso. Além de treinar a equipe da escola para reconhecer, prevenir e atuar nas emergências, é necessário um acompanhamento, que inclui retornos frequentes e, até avaliações sobre os conhecimentos dos alunos", afirma.

Ela conta que, em uma semana, foram 250 funcionários de escolas passaram por capacitação no novo modelo. De acordo Joelma, houve o registro de duas crianças engasgadas nas escolas, prontamente resgatadas pela equipe, agora preparada. "Aconteceu após a capacitação. Uma criança menor de 2 anos e outra de 5. Uma delas chegou a ficar roxa, mas os professores atuaram conforme as orientações e as salvaram", conta.

COMUNICAÇÃO

O projeto de extensão é supervisionado pela professora Ana Beatriz Pereira de Andrade, do Departamento de Design da Unesp de Bauru, juntamente com a também professora Adriana Yumi Sato Duarte. Ambas trabalham no Laboratório de Design Solidário (Labsol), onde atua também em outras iniciativas o ex-aluno Lucas Melara, fundador da LM&CO, empresa considerada "filha" da Unesp e especializada em branding (construção de marcas).

Por desenvolver propostas de impacto social em prol dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, ele foi convidado pela dupla para atuar também no projeto Lei Lucas.

Melara, que coordena a equipe e é designer chefe, explica que a identidade visual busca sensibilizar os adultos por meio da visão da criança. Tanto que o mascote é o "Super Socorrista", um menino de 11 anos. O profissional explica que desenho foi pensado para representar os estudantes das escolas públicas.

"O mascote chama a atenção das próprias crianças, que acabam insistindo que os pais se dediquem ao treinamento. Usamos essa identidade visual nas cartilhas e em todas as peças gráficas produzidas", descreve Melara.

LEGISLAÇÃO

A lei nacional foi batizada com o nome de Lucas Begalli Zamora, que faleceu aos 10 anos, em setembro de 2017, durante uma excursão escolar e causou comoção no País todo. A criança era estudante de uma escola particular de Campinas e, durante o passeio, se engasgou com um pedaço de salsicha servida em um cachorro quente.

A ausência de uma pessoa que soubesse realizar a manobra Heimlich (usada para desengasgar) fez diferença. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu, mas dois dias depois, morreu no hospital.

A socorrista Andrea Zamora Bettiati, irmã da mãe de Lucas, Alessandra Begalli Zamora, decidiu lutar pela lei que obriga os estabelecimentos a treinarem suas equipes - e conquistou a aprovação em 2018.

De acordo com o Painel de Monitoramento da Mortalidade, o Brasil registrou 204 mortes de crianças decorrentes de "Inalação e ingestão de alimentos causando obstrução do trato respiratório", somente em 2022. No ano corrente, o País acumulou 98 casos do mesmo tipo. Em setembro deste ano, aos 48 anos, Rodrigo Peixoto morreu após se engasgar em um restaurante.

 Material utiliza a tipografia do Menino Maluquinho, de Ziraldo

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