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REPERCUSSÃO
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Falta de energia elétrica revolta os moradores e repercute na Câmara de Bauru
Falta de energia elétrica revolta os moradores e repercute na Câmara de Bauru
Mais de 72 horas após chuva, a CPFL não havia conseguido normalizar o abastecimento em todos os imóveis da cidade
Mais de 72 horas após chuva, a CPFL não havia conseguido normalizar o abastecimento em todos os imóveis da cidade
Por Tisa Moraes, Bruno Freitas e André Fleury Moraes | 07/11/2023 | Tempo de leitura: 4 min
da Redação
Por Tisa Moraes, Bruno Freitas e André Fleury Moraes
da Redação
07/11/2023 - Tempo de leitura: 4 min
Tisa Moraes

Mais de 72 horas após a chuva intensa registrada em Bauru, com ventos que chegaram a 86,8 quilômetros por hora, na última sexta-feira (3), a CPFL ainda não havia conseguido normalizar o abastecimento de energia em todos os imóveis de Bauru. A demora repercutiu entre vereadores nesta segunda-feira, durante sessão ordinária na Câmara Municipal (leia mais abaixo).
Em nota, a concessionária CPFL Paulista informou, por volta das 16h45 de ontem, que o fornecimento de eletricidade já havia sido regularizado para a maioria dos clientes. "Os casos atuais são pontuais, principalmente em áreas de difícil acesso. A previsão é concluir os atendimentos até o final desta segunda", complementou.
Indignados, moradores de diversos bairros de Bauru relatam ter ficado sem energia elétrica por mais de 24 horas.
Em Sítios Reunidos Santa Maria, por exemplo, localizado às margens da rodovia Marechal Rondon, entre Bauru e o distrito de Tibiriçá, mais de 1,2 mil pessoas ficaram desabastecidas por cerca de 21 horas, quando apenas uma fase voltou a ser fornecida.
Porém, como muitos são produtores rurais, continuaram, até a noite de sábado, sem condições de ligar equipamentos, como ordenhas. "Perdi mais de 100 ovos de faisão e de peru quer estavam na chocadeira, além de ao menos dez carpas importadas, por falta de oxigenação no lago. Tem pessoas que criam peixes, produzem e armazenam leite, refrigerado, e também tiveram prejuízos, isso sem falar na perda de alimentos que estavam na geladeira", relata o produtor José Roberto Pinheiro Góes.
Já a comerciante e moradora da Vila Dutra, Raquel Marques, precisou deixar sua loja fechada na tarde de sexta-feira, já que realiza serviços de impressão e cópias em papel, com máquinas que só funcionam com energia elétrica. "Arquei com este prejuízo", lamenta.
Após 24 horas, o Jornal da Cidade ainda recebia queixas de bairros como o Jardim Vânia Maria, Vila Cardia, Núcleo Gasparini, Vila Pacífico, Jardim Olímpico e Jardim Carolina. Em nota, a CPFL Paulista informou que o temporal atingiu grande parte de sua área de concessão e todo o efetivo da distribuidora foi imediatamente mobilizado, priorizando o restabelecimento de energia aos serviços essenciais. Nesta segunda, ainda de acordo com a companhia, a maioria dos clientes já tinha o fornecimento normalizado.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia) Bauru, Jesus Francisco Garcia concorda que os transtornos enfrentados pela população resultaram de um evento extremo. Porém, pondera que a CPFL, empresa privada que, ao longo dos anos, foi reduzindo seu quadro de pessoal, tem sua parcela de responsabilidade.
"No fim da década de 1990, até os primeiros anos da privatização da estatal, tínhamos cerca de 5 mil eletricistas para atender 2,5 milhões de moradores. Hoje, são 2 mil trabalhadores para 6 milhões de habitantes. Mesmo com a implantação de novas tecnologias, a conta não fecha", aponta.
Com um quadro de funcionários muito mais enxuto, a companhia, segundo Garcia, não dá mais conta de realizar manutenções preventivas, como as relacionadas a poda de galhos de árvores que estão em contato com a rede elétrica. Além disso, o sindicalista lembra que, atualmente, Bauru não conta mais com gerência regional ou centro operacional, hoje centralizados em Campinas. "O eletricista fica meia hora na espera para conseguir uma autorização de lá para fazer um serviço. É mais um fator que compromete a distribuição de energia", argumenta.
Até a tarde desta segunda-feira, moradores de bairros da região Oeste de Bauru, como Vila Dutra, Vila Industrial, Leão 13 e Santa Cândida, ainda reclamavam da falta de abastecimento de água, provocada, segundo o DAE, pela queda de energia elétrica, que interrompeu a produção de sete poços. A autarquia informou que a operação de todas as unidades afetadas pela falta de energia foi restabelecida no sábado (4), às 18h50.
Desde então, o abastecimento foi retomado gradativamente, com previsão de normalização (nas torneiras dos moradores) na tarde desta segunda-feira. Moradora do Santa Cândida, a aposentada Josefa Feles da Silva, 66 anos, conta que o abastecimento de água na sua casa parou na sexta-feira, voltou na madrugada de sábado e parou novamente na manhã desta segunda.
"É direto isso. A gente fica sem poder tomar banho, cozinhar, dar descarga no banheiro, escovar os dentes. Só guarda uma garrafa de água na geladeira e vai tomando aos pouquinhos. É duro", lamenta.
O problema em torno da falta de energia foi duramente criticado na sessão da Câmara Municipal de Bauru desta segunda-feira (6) por praticamente todos os vereadores.
Os parlamentares abordaram questões desde a falta de pessoal da Companhia Paulista de Luz e Força (CPFL), cujo quadro de funcionários é bem menor do que já foi, até o que classificaram como descaso no atendimento ao público.
Presidente da Casa, o vereador Júnior Rodrigues (PSD) convocou uma audiência pública para discutir "oscilação de energia, estrutura de manutenção e operação dos sistemas pela companhia".
Rodrigues também pediu uma série de informações à Aneel, agência reguladora do setor, especialmente a respeito dos relatórios que a CPFL precisa entregar ao órgão por obrigação legal.
Já o vereador Júnior Lokadora (PP) apresentou nesta segunda uma Moção de Repúdio à CPFL. O documento foi protocolado ontem e deve ser votado na próxima semana. Até o momento, 14 parlamentares assinaram o documento.
Mais de 72 horas após a chuva intensa registrada em Bauru, com ventos que chegaram a 86,8 quilômetros por hora, na última sexta-feira (3), a CPFL ainda não havia conseguido normalizar o abastecimento de energia em todos os imóveis de Bauru. A demora repercutiu entre vereadores nesta segunda-feira, durante sessão ordinária na Câmara Municipal (leia mais abaixo).
Em nota, a concessionária CPFL Paulista informou, por volta das 16h45 de ontem, que o fornecimento de eletricidade já havia sido regularizado para a maioria dos clientes. "Os casos atuais são pontuais, principalmente em áreas de difícil acesso. A previsão é concluir os atendimentos até o final desta segunda", complementou.
Indignados, moradores de diversos bairros de Bauru relatam ter ficado sem energia elétrica por mais de 24 horas.
Em Sítios Reunidos Santa Maria, por exemplo, localizado às margens da rodovia Marechal Rondon, entre Bauru e o distrito de Tibiriçá, mais de 1,2 mil pessoas ficaram desabastecidas por cerca de 21 horas, quando apenas uma fase voltou a ser fornecida.
Porém, como muitos são produtores rurais, continuaram, até a noite de sábado, sem condições de ligar equipamentos, como ordenhas. "Perdi mais de 100 ovos de faisão e de peru quer estavam na chocadeira, além de ao menos dez carpas importadas, por falta de oxigenação no lago. Tem pessoas que criam peixes, produzem e armazenam leite, refrigerado, e também tiveram prejuízos, isso sem falar na perda de alimentos que estavam na geladeira", relata o produtor José Roberto Pinheiro Góes.
Já a comerciante e moradora da Vila Dutra, Raquel Marques, precisou deixar sua loja fechada na tarde de sexta-feira, já que realiza serviços de impressão e cópias em papel, com máquinas que só funcionam com energia elétrica. "Arquei com este prejuízo", lamenta.
Após 24 horas, o Jornal da Cidade ainda recebia queixas de bairros como o Jardim Vânia Maria, Vila Cardia, Núcleo Gasparini, Vila Pacífico, Jardim Olímpico e Jardim Carolina. Em nota, a CPFL Paulista informou que o temporal atingiu grande parte de sua área de concessão e todo o efetivo da distribuidora foi imediatamente mobilizado, priorizando o restabelecimento de energia aos serviços essenciais. Nesta segunda, ainda de acordo com a companhia, a maioria dos clientes já tinha o fornecimento normalizado.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia) Bauru, Jesus Francisco Garcia concorda que os transtornos enfrentados pela população resultaram de um evento extremo. Porém, pondera que a CPFL, empresa privada que, ao longo dos anos, foi reduzindo seu quadro de pessoal, tem sua parcela de responsabilidade.
"No fim da década de 1990, até os primeiros anos da privatização da estatal, tínhamos cerca de 5 mil eletricistas para atender 2,5 milhões de moradores. Hoje, são 2 mil trabalhadores para 6 milhões de habitantes. Mesmo com a implantação de novas tecnologias, a conta não fecha", aponta.
Com um quadro de funcionários muito mais enxuto, a companhia, segundo Garcia, não dá mais conta de realizar manutenções preventivas, como as relacionadas a poda de galhos de árvores que estão em contato com a rede elétrica. Além disso, o sindicalista lembra que, atualmente, Bauru não conta mais com gerência regional ou centro operacional, hoje centralizados em Campinas. "O eletricista fica meia hora na espera para conseguir uma autorização de lá para fazer um serviço. É mais um fator que compromete a distribuição de energia", argumenta.
Até a tarde desta segunda-feira, moradores de bairros da região Oeste de Bauru, como Vila Dutra, Vila Industrial, Leão 13 e Santa Cândida, ainda reclamavam da falta de abastecimento de água, provocada, segundo o DAE, pela queda de energia elétrica, que interrompeu a produção de sete poços. A autarquia informou que a operação de todas as unidades afetadas pela falta de energia foi restabelecida no sábado (4), às 18h50.
Desde então, o abastecimento foi retomado gradativamente, com previsão de normalização (nas torneiras dos moradores) na tarde desta segunda-feira. Moradora do Santa Cândida, a aposentada Josefa Feles da Silva, 66 anos, conta que o abastecimento de água na sua casa parou na sexta-feira, voltou na madrugada de sábado e parou novamente na manhã desta segunda.
"É direto isso. A gente fica sem poder tomar banho, cozinhar, dar descarga no banheiro, escovar os dentes. Só guarda uma garrafa de água na geladeira e vai tomando aos pouquinhos. É duro", lamenta.
O problema em torno da falta de energia foi duramente criticado na sessão da Câmara Municipal de Bauru desta segunda-feira (6) por praticamente todos os vereadores.
Os parlamentares abordaram questões desde a falta de pessoal da Companhia Paulista de Luz e Força (CPFL), cujo quadro de funcionários é bem menor do que já foi, até o que classificaram como descaso no atendimento ao público.
Presidente da Casa, o vereador Júnior Rodrigues (PSD) convocou uma audiência pública para discutir "oscilação de energia, estrutura de manutenção e operação dos sistemas pela companhia".
Rodrigues também pediu uma série de informações à Aneel, agência reguladora do setor, especialmente a respeito dos relatórios que a CPFL precisa entregar ao órgão por obrigação legal.
Já o vereador Júnior Lokadora (PP) apresentou nesta segunda uma Moção de Repúdio à CPFL. O documento foi protocolado ontem e deve ser votado na próxima semana. Até o momento, 14 parlamentares assinaram o documento.

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José Irineu Streleski
07/11/2023