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‘Desmaiei e acordei fora do caminhão; foi milagre’, acredita adolescente de 16 anos

‘Desmaiei e acordei fora do caminhão; foi milagre’, acredita adolescente de 16 anos

Leonardo Reis perdeu os sentidos após impacto no poste e, por algum motivo que não sabe explicar, a porta se abriu e ele caiu

Leonardo Reis perdeu os sentidos após impacto no poste e, por algum motivo que não sabe explicar, a porta se abriu e ele caiu

Por Bruno Freitas | 18/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Por Bruno Freitas
da Redação

18/05/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Bruno Freitas

Leonardo Henrique Reis, sobrevivente do acidente com o caminhão, ao lado da mãe Claudia Sanquett, no HE, com diversas fraturas

O acidente envolvendo o caminhão que matou o motorista autônomo José Reis, de 68 anos, após o veículo perder o freio e se chocar contra um poste e um bloco de apartamentos na Vila Industrial, em Bauru, na última sexta (12), deixou uma lacuna irreparável na família dele. O que conforta a todos é que o filho, o adolescente Leonardo Henrique Reis, de 16 anos, passageiro ao lado do pai, sobreviveu à tragédia familiar. Em entrevista exclusiva ao JC, nesta quarta-feira (17), o rapaz, que está internado no Hospital Estadual (HE), revelou o que ocorreu minutos antes da colisão. Diferentemente do que a maioria acreditava, ele não pulou do veículo e resumiu: "Estou vivo devido a um milagre".

Leonardo recorda que ele e o pai tinham colocado entulho na carroceria para levar até o transbordo do Mary Dota. "Estávamos descendo a rua (Walter Rodolpho) quando ouvimos um barulho forte de estouro. Deve ter sido o burrinho ou a mangueira do freio. Meu pai tentou desacelerar, reduzindo marchas, mas não conseguiu diminuir a partir da terceira. Chegou a descer para a segunda muito perto do prédio e quebrou o cardan (eixo). Ele virou para mim e disse: 'E agora, filho, e agora, Léo, o que vamos fazer?'. Foram as últimas palavras dele", lembra o jovem.

O filho conta que ambos não sabiam o que fazer, porque, devido à velocidade, talvez, se pulassem do caminhão, poderia ser fatal. "Meu pai não conseguiu soltar o volante e abaixou a cabeça antes de bater no poste. Eu me encolhi no banco, ergui as pernas sobre o painel para esperar a batida e fechei os olhos. Só me lembro que atingimos o poste, depois apaguei. Acordei com algumas pessoas me puxando pelo chão (moradores). Lá, descobri que a porta do meu lado (passageiro) se abriu e, de alguma forma que não sei explicar, fui parar fora do veículo ", revela. Ele acredita que foi "a mão de Deus" agindo ali.

Leonardo, que completará 17 anos no dia 11 de julho, nasceu de novo, acredita a mãe e viúva Cláudia Renata Sanquett. Ele teve três fraturas, no tornozelo direito, na clavícula direita e uma exposta no braço direito, além de corte na parte de trás da cabeça.

Já José Reis, segundo a viúva, o que tirou a vida dele foi um ferro que atingiu e perfurou a parte frontal do crânio.

O trabalhador foi sepultado na cidade de Itaporanga (SP), onde também possui familiares. Cláudia é a segunda esposa de José Reis, que teve nove filhos nos dois casamentos, seis deles com ela.

Para o sobrevivente, o que o conforta é saber que o pai trabalhou a vida inteira com o que amava. "Ele nunca ficava sem serviço. Começou na roça com 9 anos e, aos 17, já atuava com caminhão. O sonho dele foi realizado, o de comprar o próprio caminhão (Ford Cargo 1418, modelo 86). Cabe a mim honrar a memória dele", cita o jovem, que já definiu o que vai estudar para trabalhar. Ele quer ser policial civil.

No local atingido, o Residencial Francisco Dalmedico, da CDHU, ninguém se feriu e o todo o bloco C permanece interditado e supervisionado pela Defesa Civil.

O acidente envolvendo o caminhão que matou o motorista autônomo José Reis, de 68 anos, após o veículo perder o freio e se chocar contra um poste e um bloco de apartamentos na Vila Industrial, em Bauru, na última sexta (12), deixou uma lacuna irreparável na família dele. O que conforta a todos é que o filho, o adolescente Leonardo Henrique Reis, de 16 anos, passageiro ao lado do pai, sobreviveu à tragédia familiar. Em entrevista exclusiva ao JC, nesta quarta-feira (17), o rapaz, que está internado no Hospital Estadual (HE), revelou o que ocorreu minutos antes da colisão. Diferentemente do que a maioria acreditava, ele não pulou do veículo e resumiu: "Estou vivo devido a um milagre".

Leonardo recorda que ele e o pai tinham colocado entulho na carroceria para levar até o transbordo do Mary Dota. "Estávamos descendo a rua (Walter Rodolpho) quando ouvimos um barulho forte de estouro. Deve ter sido o burrinho ou a mangueira do freio. Meu pai tentou desacelerar, reduzindo marchas, mas não conseguiu diminuir a partir da terceira. Chegou a descer para a segunda muito perto do prédio e quebrou o cardan (eixo). Ele virou para mim e disse: 'E agora, filho, e agora, Léo, o que vamos fazer?'. Foram as últimas palavras dele", lembra o jovem.

O filho conta que ambos não sabiam o que fazer, porque, devido à velocidade, talvez, se pulassem do caminhão, poderia ser fatal. "Meu pai não conseguiu soltar o volante e abaixou a cabeça antes de bater no poste. Eu me encolhi no banco, ergui as pernas sobre o painel para esperar a batida e fechei os olhos. Só me lembro que atingimos o poste, depois apaguei. Acordei com algumas pessoas me puxando pelo chão (moradores). Lá, descobri que a porta do meu lado (passageiro) se abriu e, de alguma forma que não sei explicar, fui parar fora do veículo ", revela. Ele acredita que foi "a mão de Deus" agindo ali.

Leonardo, que completará 17 anos no dia 11 de julho, nasceu de novo, acredita a mãe e viúva Cláudia Renata Sanquett. Ele teve três fraturas, no tornozelo direito, na clavícula direita e uma exposta no braço direito, além de corte na parte de trás da cabeça.

Já José Reis, segundo a viúva, o que tirou a vida dele foi um ferro que atingiu e perfurou a parte frontal do crânio.

O trabalhador foi sepultado na cidade de Itaporanga (SP), onde também possui familiares. Cláudia é a segunda esposa de José Reis, que teve nove filhos nos dois casamentos, seis deles com ela.

Para o sobrevivente, o que o conforta é saber que o pai trabalhou a vida inteira com o que amava. "Ele nunca ficava sem serviço. Começou na roça com 9 anos e, aos 17, já atuava com caminhão. O sonho dele foi realizado, o de comprar o próprio caminhão (Ford Cargo 1418, modelo 86). Cabe a mim honrar a memória dele", cita o jovem, que já definiu o que vai estudar para trabalhar. Ele quer ser policial civil.

No local atingido, o Residencial Francisco Dalmedico, da CDHU, ninguém se feriu e o todo o bloco C permanece interditado e supervisionado pela Defesa Civil.

José Reis com seu caminhão; “Ele morreu trabalhando na profissão que amou a vida toda”, destaca o filho (crédito: Bruno Freitas)

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