Nacional | Araçatuba | Bauru | Campinas | Franca | Jundiaí | Piracicaba | Rio Preto | Vale do Paraíba
PRECONCEITO
PRECONCEITO
Jovens que praticaram etarismo em vídeo desistem do curso em Bauru
Jovens que praticaram etarismo em vídeo desistem do curso em Bauru
As três jovens também estão sendo ameaçadas de morte, segundo o advogado de uma delas
As três jovens também estão sendo ameaçadas de morte, segundo o advogado de uma delas
Por Bruno Freitas; Guilherme Matos | 5 dias atrás | Tempo de leitura: 3 min
da Redação
Por Bruno Freitas; Guilherme Matos
da Redação
5 dias atrás - Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
As três jovens que cometeram etarismo (preconceito baseado na idade) ao gravarem vídeo debochando de uma colega que, aos 44 anos, ingressou no Ensino Superior, em Bauru, desistiram do curso de Biomedicina do Unisagrado. A informação foi confirmada pela instituição que, por conta de decisão delas, encerrou o processo disciplinar aberto para apurar o caso.
Segundo a universidade, foi instaurado um processo disciplinar e, durante a análise, as três estudantes solicitaram a desistência do curso. "Dessa forma, o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado", afirma a instituição em nota.
"O Unisagrado reitera que não compactua com práticas discriminatórias e ofensivas de qualquer natureza e reforça a necessidade de combatê-las, repudiando veementemente todo tipo de manifestação que demonstre apoio a quaisquer atos de violência, física ou psíquica", disse em nota publicada no site da empresa.
As estudantes também passaram a sofrer ameaças de morte, de agressão e linchamento virtual, informa nota pública veiculada pelo advogado de uma delas. Viralizadas, as imagens repercutiram nacionalmente.
Segundo texto assinado por César Augusto da Silva, contratado por Giovana Cassalatti, o caso tomou proporções inimagináveis, sendo que inicialmente o vídeo foi enviado a grupo de 15 melhores amigos, sem o objetivo de atentar contra a imagem ou qualquer outro direito de personalidade, sendo que qualquer nome foi citado. No entanto, um dos participantes lançou as imagens para a rede mundial de computadores sem contexto e em prejuízo à imagem das três, acrescenta.
“Ressalta-se que as falas podem ter repercussão no campo moral. Entretanto, a tentativa de criminalização e as suposições quanto a possíveis atos ilícitos no âmbito civil, amplamente veiculadas nos últimos dias, ultrapassam a medida do razoável”, escreveu o advogado.
De acordo com ele, em decorrência da proporção que o caso tomou, elas passaram a ser alvo de ameaças, que lhes impede de retomar a vida cotidiana. “Trata-se de sequelas infinitamente maiores às, supostamente, impelidas a quaisquer dos personagens envolvidos no caso”.
Ao destacar a força das redes sociais e seus influenciadores, que não medem a força de seus posicionamentos, entende que eles acabam por incentivar um “linchamento virtual” e a incitar grupos radicais à prática de agressões reais.
César Augusto da Silva segue informando que medidas jurídicas contra os que ofendem, agridem e disseminam informações falsas e ameaçam a integridade física da sua cliente serão tomadas em momento oportuno. “Tais questões, por óbvio, geraram repercussão na saúde mental da universitária, porque os valores morais recebidos de sua família são incompatíveis com o desejo de inferiorizar um semelhante, independentemente do que vem sendo veiculado”, afirma.
Ele acrescenta que o preconceito - seja ele etário, racial, social, religioso, de gênero e todas as suas demais expressões - não faz parte dos valores disseminados pela estudante, de maneira que o episódio reforçará sua busca por posições que coadunem com seus princípios éticos e morais em seu cotidiano.
“Por fim, em que se pese sabidamente complexo, o ocorrido não deve servir-se ao papel de oprimir, calar, envergonhar ou ameaçar jovens cuja trajetória ainda se inicia. Inevitavelmente, durante a vida, lições serão aprendidas, entretanto a maneira de ensiná-las é uma escolha da sociedade que vivemos”, finaliza a nota o advogado que assina representação de Giovana Cassalatti.
O CASO
O vídeo de um grupo de três estudantes de Biomedicina do Unisagrado de Bauru debochando de uma aluna de 44 anos do mesmo curso, por conta da idade, viralizou nas redes sociais. Nas imagens, as universitárias propõem que a mulher, colega de classe delas, cancele a matrícula do curso e ainda sugerem que ela deveria estar aposentada. “Ela tem 40 anos, já era para estar aposentada”, disse uma delas.
A vítima, Patrícia Linares, que completou 45 anos na última terça-feira (14), disse em entrevista que entrar no Ensino Superior era a realização de sonho. Na oportunidade, admitiu tristeza profunda com a situação. “A faculdade é meu recomeço de vida. Estar ali é tudo para mim. Não somente um sonho realizado, mas também o meu futuro".
Após os impactos negativos, as autoras da discriminação chegaram a dizer para as pessoas do convívio delas que estavam arrependidas, conforme o JCNET veiculou.
As três jovens que cometeram etarismo (preconceito baseado na idade) ao gravarem vídeo debochando de uma colega que, aos 44 anos, ingressou no Ensino Superior, em Bauru, desistiram do curso de Biomedicina do Unisagrado. A informação foi confirmada pela instituição que, por conta de decisão delas, encerrou o processo disciplinar aberto para apurar o caso.
Segundo a universidade, foi instaurado um processo disciplinar e, durante a análise, as três estudantes solicitaram a desistência do curso. "Dessa forma, o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado", afirma a instituição em nota.
"O Unisagrado reitera que não compactua com práticas discriminatórias e ofensivas de qualquer natureza e reforça a necessidade de combatê-las, repudiando veementemente todo tipo de manifestação que demonstre apoio a quaisquer atos de violência, física ou psíquica", disse em nota publicada no site da empresa.
As estudantes também passaram a sofrer ameaças de morte, de agressão e linchamento virtual, informa nota pública veiculada pelo advogado de uma delas. Viralizadas, as imagens repercutiram nacionalmente.
Segundo texto assinado por César Augusto da Silva, contratado por Giovana Cassalatti, o caso tomou proporções inimagináveis, sendo que inicialmente o vídeo foi enviado a grupo de 15 melhores amigos, sem o objetivo de atentar contra a imagem ou qualquer outro direito de personalidade, sendo que qualquer nome foi citado. No entanto, um dos participantes lançou as imagens para a rede mundial de computadores sem contexto e em prejuízo à imagem das três, acrescenta.
“Ressalta-se que as falas podem ter repercussão no campo moral. Entretanto, a tentativa de criminalização e as suposições quanto a possíveis atos ilícitos no âmbito civil, amplamente veiculadas nos últimos dias, ultrapassam a medida do razoável”, escreveu o advogado.
De acordo com ele, em decorrência da proporção que o caso tomou, elas passaram a ser alvo de ameaças, que lhes impede de retomar a vida cotidiana. “Trata-se de sequelas infinitamente maiores às, supostamente, impelidas a quaisquer dos personagens envolvidos no caso”.
Ao destacar a força das redes sociais e seus influenciadores, que não medem a força de seus posicionamentos, entende que eles acabam por incentivar um “linchamento virtual” e a incitar grupos radicais à prática de agressões reais.
César Augusto da Silva segue informando que medidas jurídicas contra os que ofendem, agridem e disseminam informações falsas e ameaçam a integridade física da sua cliente serão tomadas em momento oportuno. “Tais questões, por óbvio, geraram repercussão na saúde mental da universitária, porque os valores morais recebidos de sua família são incompatíveis com o desejo de inferiorizar um semelhante, independentemente do que vem sendo veiculado”, afirma.
Ele acrescenta que o preconceito - seja ele etário, racial, social, religioso, de gênero e todas as suas demais expressões - não faz parte dos valores disseminados pela estudante, de maneira que o episódio reforçará sua busca por posições que coadunem com seus princípios éticos e morais em seu cotidiano.
“Por fim, em que se pese sabidamente complexo, o ocorrido não deve servir-se ao papel de oprimir, calar, envergonhar ou ameaçar jovens cuja trajetória ainda se inicia. Inevitavelmente, durante a vida, lições serão aprendidas, entretanto a maneira de ensiná-las é uma escolha da sociedade que vivemos”, finaliza a nota o advogado que assina representação de Giovana Cassalatti.
O CASO
O vídeo de um grupo de três estudantes de Biomedicina do Unisagrado de Bauru debochando de uma aluna de 44 anos do mesmo curso, por conta da idade, viralizou nas redes sociais. Nas imagens, as universitárias propõem que a mulher, colega de classe delas, cancele a matrícula do curso e ainda sugerem que ela deveria estar aposentada. “Ela tem 40 anos, já era para estar aposentada”, disse uma delas.
A vítima, Patrícia Linares, que completou 45 anos na última terça-feira (14), disse em entrevista que entrar no Ensino Superior era a realização de sonho. Na oportunidade, admitiu tristeza profunda com a situação. “A faculdade é meu recomeço de vida. Estar ali é tudo para mim. Não somente um sonho realizado, mas também o meu futuro".
Após os impactos negativos, as autoras da discriminação chegaram a dizer para as pessoas do convívio delas que estavam arrependidas, conforme o JCNET veiculou.
TV

#EDIÇÃO_446 - 21/03/2023

COMENTÁRIOS
A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.
Ainda não é assinante?
Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.