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20 de março de 2023

PRECONCEITO

PRECONCEITO

‘Estar ali é tudo para mim; é meu recomeço e futuro’, diz universitária

‘Estar ali é tudo para mim; é meu recomeço e futuro’, diz universitária

Patrícia Linares, vítima de etarismo - discriminação baseada na idade -, contou sua trajetória de vida até a universidade

Patrícia Linares, vítima de etarismo - discriminação baseada na idade -, contou sua trajetória de vida até a universidade

Por Guilherme Matos - Especial para o JC | 14/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Por Guilherme Matos - Especial para o JC
da Redação

14/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Arquivo pessoal

Patrícia Linares, 45 anos, ao centro com um presente em mãos, foi acolhida por alunas do curso de Psicologia do Unisagrado

Patrícia Linares, 45 anos, talvez não imaginasse que a realização do seu maior sonho fosse provocar tanta polêmica nas redes sociais e nos principais órgãos de imprensa do País, até mesmo pelo motivo: etarismo - preconceito em relação à idade. Nascida e criada em Bauru, ela mudou sua rotina para realizar um projeto de vida: entrar na faculdade e trabalhar na área da saúde.

Patrícia, que completa 45 anos nesta terça-feira (14), precisou enfrentar uma situação, que encheu seu coração de tristeza, logo no início do curso de Biomedicina no Unisagrado. Um grupo de três jovens estudantes se reuniu para debochar da idade da aluna que, até então, vinha adorando as aulas e as pessoas que encontrava no curso.

O grupo postou vídeo no Instagram, para amigos próximos, que depois viralizou nas redes, criticando a colega de classe por sua idade e dizendo frases discriminatórias como: "Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada" e "Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade". Uma fala (talvez a mais agressiva) sugeriu que a aluna se "desmatriculasse da universidade".

A gravação vazou nas redes sociais na quinta (9) e repercutiu em toda a imprensa nacional. Após os impactos negativos, as autoras da discriminação chegaram a dizer para as pessoas do convívio delas que estavam arrependidas. No entanto, a vítima sentenciou: "Aquilo me abalou profundamente. Chorei muito".

O CAMINHO

Em entrevista ao JC, Patrícia afirma que sempre sonhou em trabalhar na área: "Eu convivi com minha mãe dentro dos hospitais por muitos anos. Eu sempre amei a área da saúde por conta da profissão dela".

Patricia atuou como vendedora no comércio bauruense por 11 anos até que sua mãe adoeceu e ela precisou deixar o emprego. Por alguns anos, usou contatos e expertises para gerenciar uma loja de dentro da própria casa.

Ela começava a expandir seus negócios quando a pandemia atrapalhou seus planos. Além do desgaste financeiro, ela também desenvolveu síndrome do pânico. Quando começou a retomar suas atividades, Patrícia conversou com seus familiares, que concordaram em apoiá-la financeiramente na busca de seu sonho. "Todo mundo da família mexeu um pouquinho (nas finanças) para poder me ajudar a estudar Biomedicina", afirma.

As aulas começaram no último dia 27 de fevereiro e a estudante contou que estava gostando muito da universidade e das possibilidades que se abriam: "A faculdade é meu recomeço de vida. Estar ali é tudo para mim. Não somente um sonho realizado, mas também o meu futuro".

No entanto, a discriminação jogou um "balde d'água" fria na animação de Patrícia. Ela conta que, no dia em que assistiu o vídeo, já estava bastante tensa devido a um trabalho de anatomia que teria que apresentar e, ao ver a gravação, ficou abalada e chorou bastante. Na sexta (10), ela foi recebida por estudantes do Unisagrado com chocolates e flores e acolhida por alunos do curso de Psicologia. Para a futura biomédica, a repercussão a ajudou muito, considerando todo o apoio que recebeu. "Eu tenho procurado levar tudo para o lado bom. Tenho recebido apoio do Brasil inteiro e até de outros países. Se eu tiver a possibilidade de incentivar outras pessoas a estudar, é isso que eu vou fazer.  Estou triste com o ocorrido, mas feliz por estar na faculdade. Eu não vou desistir do meu sonho".

Patricia também relata que, devido à síndrome do pânico, ainda não está preparada para falar sobre representação judicial contra as autoras da discriminação. As jovens são maiores de idade e podem responder criminalmente pelo crime de injúria e violência psicológica.

Patrícia Linares, 45 anos, talvez não imaginasse que a realização do seu maior sonho fosse provocar tanta polêmica nas redes sociais e nos principais órgãos de imprensa do País, até mesmo pelo motivo: etarismo - preconceito em relação à idade. Nascida e criada em Bauru, ela mudou sua rotina para realizar um projeto de vida: entrar na faculdade e trabalhar na área da saúde.

Patrícia, que completa 45 anos nesta terça-feira (14), precisou enfrentar uma situação, que encheu seu coração de tristeza, logo no início do curso de Biomedicina no Unisagrado. Um grupo de três jovens estudantes se reuniu para debochar da idade da aluna que, até então, vinha adorando as aulas e as pessoas que encontrava no curso.

O grupo postou vídeo no Instagram, para amigos próximos, que depois viralizou nas redes, criticando a colega de classe por sua idade e dizendo frases discriminatórias como: "Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada" e "Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade". Uma fala (talvez a mais agressiva) sugeriu que a aluna se "desmatriculasse da universidade".

A gravação vazou nas redes sociais na quinta (9) e repercutiu em toda a imprensa nacional. Após os impactos negativos, as autoras da discriminação chegaram a dizer para as pessoas do convívio delas que estavam arrependidas. No entanto, a vítima sentenciou: "Aquilo me abalou profundamente. Chorei muito".

O CAMINHO

Em entrevista ao JC, Patrícia afirma que sempre sonhou em trabalhar na área: "Eu convivi com minha mãe dentro dos hospitais por muitos anos. Eu sempre amei a área da saúde por conta da profissão dela".

Patricia atuou como vendedora no comércio bauruense por 11 anos até que sua mãe adoeceu e ela precisou deixar o emprego. Por alguns anos, usou contatos e expertises para gerenciar uma loja de dentro da própria casa.

Ela começava a expandir seus negócios quando a pandemia atrapalhou seus planos. Além do desgaste financeiro, ela também desenvolveu síndrome do pânico. Quando começou a retomar suas atividades, Patrícia conversou com seus familiares, que concordaram em apoiá-la financeiramente na busca de seu sonho. "Todo mundo da família mexeu um pouquinho (nas finanças) para poder me ajudar a estudar Biomedicina", afirma.

As aulas começaram no último dia 27 de fevereiro e a estudante contou que estava gostando muito da universidade e das possibilidades que se abriam: "A faculdade é meu recomeço de vida. Estar ali é tudo para mim. Não somente um sonho realizado, mas também o meu futuro".

No entanto, a discriminação jogou um "balde d'água" fria na animação de Patrícia. Ela conta que, no dia em que assistiu o vídeo, já estava bastante tensa devido a um trabalho de anatomia que teria que apresentar e, ao ver a gravação, ficou abalada e chorou bastante. Na sexta (10), ela foi recebida por estudantes do Unisagrado com chocolates e flores e acolhida por alunos do curso de Psicologia. Para a futura biomédica, a repercussão a ajudou muito, considerando todo o apoio que recebeu. "Eu tenho procurado levar tudo para o lado bom. Tenho recebido apoio do Brasil inteiro e até de outros países. Se eu tiver a possibilidade de incentivar outras pessoas a estudar, é isso que eu vou fazer.  Estou triste com o ocorrido, mas feliz por estar na faculdade. Eu não vou desistir do meu sonho".

Patricia também relata que, devido à síndrome do pânico, ainda não está preparada para falar sobre representação judicial contra as autoras da discriminação. As jovens são maiores de idade e podem responder criminalmente pelo crime de injúria e violência psicológica.

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