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27 de março de 2023

ETARISMO

ETARISMO

Universitárias de Bauru debocham de colega de 40 anos, vídeo viraliza e gera revolta

Universitárias de Bauru debocham de colega de 40 anos, vídeo viraliza e gera revolta

Nas redes sociais, os internautas manifestaram indignação com o caso e pediram providências

Nas redes sociais, os internautas manifestaram indignação com o caso e pediram providências

Por Guilherme Matos | 11/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para o JCNET/Sampi

Por Guilherme Matos
Especial para o JCNET/Sampi

11/03/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Reprodução de vídeo

As três universtárias debocharam de uma estudante de 40 anos nas redes sociais

O vídeo de um grupo de três estudantes de Biomedicina do Unisagrado de Bauru debochando de uma aluna de 40 anos do mesmo curso, por conta da idade, viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, as universitárias propõem que a mulher, colega de classe delas, cancele a matrícula do curso e ainda sugerem que ela deveria estar aposentada. “Ela tem 40 anos, já era para estar aposentada”, disse uma delas.

Ainda na gravação, outra jovem complementa: “Gente, [aos] 40 anos não pode mais fazer faculdade”. Uma delas ironiza: “acha que a professora é o Google”.

O vídeo ultrapassou cinco milhões de visualizações no Twitter e reacendeu as discussões em torno do etarismo - a discriminação contra pessoas ou grupos baseada na idade do indivíduo (leia mais nesta página).

As imagens, divulgadas pelas alunas no Instagram e denunciadas por uma outra jovem, também do Unisagrado, através do Twitter, geraram protestos nas redes sociais. Os internautas ficaram indignados e pedem providências.

A sobrinha da vítima se pronunciou sobre o caso nas redes sociais: “Minha tia sempre batalhou trabalhando sem parar desde pequena com as irmãs para ajudar a minha avó e a cuidar dela. Ela sempre teve o sonho de estudar e nunca teve a oportunidade. Hoje, ela conseguiu entrar em um curso que ela sempre quis e estava muito feliz e animada para começar as aulas, e daí surge três meninas escrotas, que só vivem na própria bolha, gravando vídeo zombando pela tia ser a mais velha da turma”, lamentou.

A sobrinha da universitária ainda postou informando que a tia foi recebida com flores na universidade pelos colegas de classe, como uma forma de desculpas pelo que as três jovens fizeram. A reportagem tentou contato com a vítima, mas, em princípio, ela não quer dar entrevista.

O Unisagrado também se pronunciou nas redes sociais sobre o caso e disse que está conversando com todos os envolvidos em âmbito interno. “Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós”.

A universidade informou ainda que medidas estão sendo tomadas. "Por respeito a todos os envolvidos, estamos trabalhando no âmbito institucional e não divulgaremos".

As três universitárias que aparecem no vídeo são maiores de idade. O Jornal da Cidade e o JCNET/Sampi tentou contato com as três, que trancaram suas redes sociais, e deixa o espaço aberto na reportagem para manifestação. Para o círculo de pessoas conhecidas, elas disseram estar arrependidas.

ETARISMO

O JC conversou com a psicóloga Sarah Faria Abrão Teixeira sobre o caso e a discriminação exposta no vídeo. Segundo ela, as mulheres são as maiores vítimas desse tipo de preconceito, que está alicerçado, principalmente, em uma construção social, econômica e política. Para a profissional, o machismo também é responsável pelo problema.

A psicóloga, além disso, alertou que a discriminação impacta na saúde mental e pode até gerar problemas mais graves - como ansiedade e depressão, a depender das situações às quais a vítima estiver exposta.

"À medida que as pessoas são vítimas de preconceito, isso esbarra em suas condições de vida. A possibilidade de a pessoa atacada ser inserida no mercado de trabalho, em um grupo social ou relacionamento amoroso, diminui”, explica.

Sarah complementa que a dificuldade de inserção social pode piorar condições financeiras e a autoestima do indivíduo. Neste caso, pontua a psicóloga, problemas ainda mais graves podem aparecer - como ansiedade ou depressão.

O vídeo de um grupo de três estudantes de Biomedicina do Unisagrado de Bauru debochando de uma aluna de 40 anos do mesmo curso, por conta da idade, viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, as universitárias propõem que a mulher, colega de classe delas, cancele a matrícula do curso e ainda sugerem que ela deveria estar aposentada. “Ela tem 40 anos, já era para estar aposentada”, disse uma delas.

Ainda na gravação, outra jovem complementa: “Gente, [aos] 40 anos não pode mais fazer faculdade”. Uma delas ironiza: “acha que a professora é o Google”.

O vídeo ultrapassou cinco milhões de visualizações no Twitter e reacendeu as discussões em torno do etarismo - a discriminação contra pessoas ou grupos baseada na idade do indivíduo (leia mais nesta página).

As imagens, divulgadas pelas alunas no Instagram e denunciadas por uma outra jovem, também do Unisagrado, através do Twitter, geraram protestos nas redes sociais. Os internautas ficaram indignados e pedem providências.

A sobrinha da vítima se pronunciou sobre o caso nas redes sociais: “Minha tia sempre batalhou trabalhando sem parar desde pequena com as irmãs para ajudar a minha avó e a cuidar dela. Ela sempre teve o sonho de estudar e nunca teve a oportunidade. Hoje, ela conseguiu entrar em um curso que ela sempre quis e estava muito feliz e animada para começar as aulas, e daí surge três meninas escrotas, que só vivem na própria bolha, gravando vídeo zombando pela tia ser a mais velha da turma”, lamentou.

A sobrinha da universitária ainda postou informando que a tia foi recebida com flores na universidade pelos colegas de classe, como uma forma de desculpas pelo que as três jovens fizeram. A reportagem tentou contato com a vítima, mas, em princípio, ela não quer dar entrevista.

O Unisagrado também se pronunciou nas redes sociais sobre o caso e disse que está conversando com todos os envolvidos em âmbito interno. “Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós”.

A universidade informou ainda que medidas estão sendo tomadas. "Por respeito a todos os envolvidos, estamos trabalhando no âmbito institucional e não divulgaremos".

As três universitárias que aparecem no vídeo são maiores de idade. O Jornal da Cidade e o JCNET/Sampi tentou contato com as três, que trancaram suas redes sociais, e deixa o espaço aberto na reportagem para manifestação. Para o círculo de pessoas conhecidas, elas disseram estar arrependidas.

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O JC conversou com a psicóloga Sarah Faria Abrão Teixeira sobre o caso e a discriminação exposta no vídeo. Segundo ela, as mulheres são as maiores vítimas desse tipo de preconceito, que está alicerçado, principalmente, em uma construção social, econômica e política. Para a profissional, o machismo também é responsável pelo problema.

A psicóloga, além disso, alertou que a discriminação impacta na saúde mental e pode até gerar problemas mais graves - como ansiedade e depressão, a depender das situações às quais a vítima estiver exposta.

"À medida que as pessoas são vítimas de preconceito, isso esbarra em suas condições de vida. A possibilidade de a pessoa atacada ser inserida no mercado de trabalho, em um grupo social ou relacionamento amoroso, diminui”, explica.

Sarah complementa que a dificuldade de inserção social pode piorar condições financeiras e a autoestima do indivíduo. Neste caso, pontua a psicóloga, problemas ainda mais graves podem aparecer - como ansiedade ou depressão.

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