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Empresária ensina braille à distância a deficientes visuais durante a pandemia
Empresária ensina braille à distância a deficientes visuais durante a pandemia
Curso é gratuito e já alcançou mais de 100 pessoas em todo o Brasil; haverá live solidária no dia 22. Veja como assistir
Curso é gratuito e já alcançou mais de 100 pessoas em todo o Brasil; haverá live solidária no dia 22. Veja como assistir

Enquanto a maior parte das escolas brasileiras teve as atividades suspensas ou reduzidas devido ao novo coronavírus, o projeto "Enxergando o futuro com a ponta dos dedos", que alfabetiza deficientes visuais pela plataforma online, deslanchou. O curso, que é gratuito, saltou de 10 alunos, que tinham aulas presenciais, em Duartina, para cerca de 100 espalhados por várias localidades do País.
Daniela Reis Frontera, 47 anos, é a idealizadora do projeto e uma entusiasta do braille como ferramenta para transformar a vida de deficientes visuais. Atualmente, ela tem 20% de visão. Aos 23 anos, foi diagnosticada com uma doença degenerativa nos olhos, conhecida como retinose pigmentar.
Sem cura e sem tratamento, sua condição visual se agravou ao longo dos anos e ao ponto de a impedir de dirigir e ler sem ampliação. Agora, quer levar o curso gratuito ao maior número de pessoas.
Com a mudança das aulas presenciais para o ambiente virtual, surgiu uma série de despesas imprevistas, como aquisição de material, assinatura de site para fazer videoconferência, Correios para envio de materiais e outros gastos. Para ajudar na manutenção do curso e ampliar o acesso do curso braille para mais pessoas, no próximo dia 22 de agosto, às 20h30, irá ocorrer a live solidária "Projeto anos 80", com músicas da época. A apresentação virtual será pelo Youtube do projeto "Enxergando o futuro na ponta dos dedos" e as doações serão aceitas por meio da tecnologia QR Code, que funciona ao apontar a câmera do celular para a tela do televisor ou computador.
A ajuda vai contribuir para que pessoas como Elandio Julio dos Santos, 44 anos, de Itabaiana (SE), sejam alfabetizadas. Cego de nascença, desde criança sonhava em aprender a ler. Soube do curso on-line do "Enxergando o futuro na ponta dos dedos" por um amigo de Paulínia (SP) e se inscreveu. "Estou no módulo três e já conheci todas as letras do alfabeto. Hoje, consigo fazer a leitura de algumas frases. Tudo está sendo uma grande novidade", conta.
Elandio mora a 57 km da capital de seu Estado, o lugar mais perto onde poderia aprender braille. "Nunca havia tido a oportunidade de aprender. Minha maior frustração é quando preciso assinar algum documento no banco", conta.
À frente do coral da igreja formado por 150 homens, Elandio segue sonhando. "Quero ser vereador. Vejo gente que é deficiente visual e que é atleta, fotógrafo. O projeto está me possibilitando o sonho de representar os deficientes visuais da minha cidade", fala emocionado.
PANDEMIA
As aulas do projeto "Enxergando o futuro com a ponta dos dedos", que antes da pandemia eram presenciais, começaram na prática em novembro do ano passado, na sede da Assistência Social de Duartina, cidade com cerca de 13 mil habitantes, a 38 km de Bauru. No início da quarentena, as atividades tiveram que ser suspensas.
Em busca de uma solução que fosse capaz de dar continuidade ao ensino, Daniela se uniu ao amigo Ricardo Barreiros e à sua professora, especialista em deficiência visual e madrinha técnica do projeto, Grasiele de Moraes.
Juntos, eles lançaram uma plataforma digital que possibilita ao interessado acessar o treinamento e material educativo, assim como receber orientação. "A aceitação dos alunos foi imediata e os resultados começaram a aparecer rapidamente. Tenho alunos de todo canto do Brasil", conta Daniela.
De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 6,5 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência visual. No Sudeste, 3,1% da população é afetada, ou seja, 2.508. 587 pessoas têm cegueira ou baixa visão. "No início, tive muita dificuldade em encontrar uma instituição ou um profissional para me ensinar o sistema braille. Ao passar por isso, tive vontade de ajudar outras pessoas e fazer com que elas tivessem mais independência para se comunicarem e organizarem suas vidas. Poder ler é também uma forma de inclusão e o braille é o caminho para isso", explica Daniela.
Segundo a União Mundial de Cegos, aproximadamente 5% das obras literárias no mundo são transcritas para braille em países desenvolvidos. Nos países mais pobres, essa porcentagem é de apenas 1%.
SERVIÇO
O que -
Live solidária
"Projeto anos 80".
Quando - 22 de agosto,
às 20h30.
Onde - no canal do projeto "Enxergando o futuro na ponta dos dedos", no Youtube, disponível no endereço https://www.youtube.com/channel/UCcMGZ8hrfcebtLKD9PMG1OQ
Enquanto a maior parte das escolas brasileiras teve as atividades suspensas ou reduzidas devido ao novo coronavírus, o projeto "Enxergando o futuro com a ponta dos dedos", que alfabetiza deficientes visuais pela plataforma online, deslanchou. O curso, que é gratuito, saltou de 10 alunos, que tinham aulas presenciais, em Duartina, para cerca de 100 espalhados por várias localidades do País.
Daniela Reis Frontera, 47 anos, é a idealizadora do projeto e uma entusiasta do braille como ferramenta para transformar a vida de deficientes visuais. Atualmente, ela tem 20% de visão. Aos 23 anos, foi diagnosticada com uma doença degenerativa nos olhos, conhecida como retinose pigmentar.
Sem cura e sem tratamento, sua condição visual se agravou ao longo dos anos e ao ponto de a impedir de dirigir e ler sem ampliação. Agora, quer levar o curso gratuito ao maior número de pessoas.
Com a mudança das aulas presenciais para o ambiente virtual, surgiu uma série de despesas imprevistas, como aquisição de material, assinatura de site para fazer videoconferência, Correios para envio de materiais e outros gastos. Para ajudar na manutenção do curso e ampliar o acesso do curso braille para mais pessoas, no próximo dia 22 de agosto, às 20h30, irá ocorrer a live solidária "Projeto anos 80", com músicas da época. A apresentação virtual será pelo Youtube do projeto "Enxergando o futuro na ponta dos dedos" e as doações serão aceitas por meio da tecnologia QR Code, que funciona ao apontar a câmera do celular para a tela do televisor ou computador.
A ajuda vai contribuir para que pessoas como Elandio Julio dos Santos, 44 anos, de Itabaiana (SE), sejam alfabetizadas. Cego de nascença, desde criança sonhava em aprender a ler. Soube do curso on-line do "Enxergando o futuro na ponta dos dedos" por um amigo de Paulínia (SP) e se inscreveu. "Estou no módulo três e já conheci todas as letras do alfabeto. Hoje, consigo fazer a leitura de algumas frases. Tudo está sendo uma grande novidade", conta.
Elandio mora a 57 km da capital de seu Estado, o lugar mais perto onde poderia aprender braille. "Nunca havia tido a oportunidade de aprender. Minha maior frustração é quando preciso assinar algum documento no banco", conta.
À frente do coral da igreja formado por 150 homens, Elandio segue sonhando. "Quero ser vereador. Vejo gente que é deficiente visual e que é atleta, fotógrafo. O projeto está me possibilitando o sonho de representar os deficientes visuais da minha cidade", fala emocionado.
PANDEMIA
As aulas do projeto "Enxergando o futuro com a ponta dos dedos", que antes da pandemia eram presenciais, começaram na prática em novembro do ano passado, na sede da Assistência Social de Duartina, cidade com cerca de 13 mil habitantes, a 38 km de Bauru. No início da quarentena, as atividades tiveram que ser suspensas.
Em busca de uma solução que fosse capaz de dar continuidade ao ensino, Daniela se uniu ao amigo Ricardo Barreiros e à sua professora, especialista em deficiência visual e madrinha técnica do projeto, Grasiele de Moraes.
Juntos, eles lançaram uma plataforma digital que possibilita ao interessado acessar o treinamento e material educativo, assim como receber orientação. "A aceitação dos alunos foi imediata e os resultados começaram a aparecer rapidamente. Tenho alunos de todo canto do Brasil", conta Daniela.
De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 6,5 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência visual. No Sudeste, 3,1% da população é afetada, ou seja, 2.508. 587 pessoas têm cegueira ou baixa visão. "No início, tive muita dificuldade em encontrar uma instituição ou um profissional para me ensinar o sistema braille. Ao passar por isso, tive vontade de ajudar outras pessoas e fazer com que elas tivessem mais independência para se comunicarem e organizarem suas vidas. Poder ler é também uma forma de inclusão e o braille é o caminho para isso", explica Daniela.
Segundo a União Mundial de Cegos, aproximadamente 5% das obras literárias no mundo são transcritas para braille em países desenvolvidos. Nos países mais pobres, essa porcentagem é de apenas 1%.
SERVIÇO
O que -
Live solidária
"Projeto anos 80".
Quando - 22 de agosto,
às 20h30.
Onde - no canal do projeto "Enxergando o futuro na ponta dos dedos", no Youtube, disponível no endereço https://www.youtube.com/channel/UCcMGZ8hrfcebtLKD9PMG1OQ


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#EDIÇÃO_617 - 29/11/2023

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