05 de dezembro de 2025
INTOLERÂNCIA

Espaço de Umbanda de Bauru é atacado e denuncia racismo religioso

da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução de vídeo
Motociclista suspeito de arremessar o artefato

Um ataque com explosivo contra o prédio que abriga o Instituto Cultural Aruanda, onde funcionam um terreiro de Umbanda e a sede da plataforma Umbanda EAD, em Bauru, resultou em registro na Polícia Civil para que seja investigada uma ocorrência de racismo religioso, conforme denúncia da entidade. O caso ocorreu por volta do meio-dia desta quarta-feira (3), quando um homem parou de moto diante da fachada, acendeu um artefato e o arremessou diretamente contra a porta de vidro do imóvel.

Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança. No momento da explosão, duas funcionárias trabalhavam na sala administrativa logo atrás da entrada alvo do ataque. O barulho foi ouvido em todo o prédio, assustando os presentes, inclusive os animais que vivem no imóvel, informou a entidade, por meio da assessoria de imprensa.

De acordo com o departamento de comunicação, embora ninguém tenha ficado ferido, a equipe relatou medo de retornar ao trabalho. A instituição aponta que o ataque tem indícios evidentes de motivação religiosa.

A fachada do prédio exibe o nome “Umbanda EAD”, o que faz com que o local costume receber oferendas, registros de foto e vídeo e, por vezes, agressões verbais. Na avaliação da direção do instituto, foi justamente a identificação religiosa na fachada que motivou a ação do agressor.

O imóvel abriga tanto o terreiro quanto a sede administrativa da plataforma, em uma área integrada voltada à preservação cultural e espiritual. Para a direção, o ato foi voltado ao espaço sagrado e não a uma empresa comum. “Foi um ataque contra uma instituição de Umbanda e contra o terreiro”, reforçam.

Para a instituição é importante que o episódio seja tratado como racismo religioso e não intolerância religiosa. Isso porque o conceito de racismo se refere à violência, discriminação e criminalização contra religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé. “Racismo religioso descreve exatamente o que aconteceu. É crime inafiançável e imprescritível”, destaca a entidade.