O Grupo Maya, responsável pela administração dos cemitérios do Campo Grande, Lajeado, Lapa, Parelheiros e da Saudade em São Paulo, teria cobrado R$ 12 mil para realizar o funeral de uma criança recém-nascida.
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A denúncia foi feita, na tarde desta segunda-feira (11), pela vereadora Silvia Ferraro (PSOL), da Bancada Feminista, na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara de São Paulo.
Na ocasião, a Comissão sabatinou o presidente da SP Regula, João Manoel da Costa Neto, após uma série de críticas com a privatização do serviço funerário na gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A SP Regula (Reguladora de Serviços Públicos do município) é a responsável por supervisionar a prestação do serviço feito pelas concessionárias.
Durante a sabatina na Câmara, Ferraro apresentou para Costa Neto e os demais vereadores prints de WhatsApp no qual uma pessoa escreveu que está "com um recém-nascido que faleceu em Mauá" e a "ideia da família é trazer o corpo para o Saudade [cemitério em São Miguel Paulista, na zona leste]".
O representante do Grupo Maya, então, respondeu que o serviço "está saindo a R$ 12 mil, com uma entrada de R$ 2.400".
A reportagem teve acesso aos prints apresentados pela vereadora. Além de fazer a denúncia na comissão, o gabinete da deputada encaminhou um pedido de esclarecimentos e providências por preços abusivos para enterros sociais.
"Vimos aqui, em tempo real, uma pessoa sendo explorada pelo WhatsApp enquanto tentava contratar o serviço funerário social. A empresa Maya cobrando R$ 12 mil para fazer esse funeral, que não deveria custar mais que R$ 600", afirmou.
Em resposta à denúncia, Costa Neto se comprometeu a apurar o caso durante a comissão. "Por trás desse WhatsApp há uma pessoa representando uma transmissão de serviço público. E a gente vai perseguir a mais clara apuração, e, tendo a comprovação, a punição será aplicada de acordo com os termos do contrato.
Costa Neto reconheceu que o preço informado pela empresa é diferente do que manda a tabela.
Procurada pela reportagemapós a denúncia da vereadora, o Grupo Maya lamentou o ocorrido, apontou falhas no serviço de atendimento e prometeu abrir uma apuração interna sobre o fato.
"Conforme os termos do contrato de concessão, são oferecidos serviços cujos valores variam de acordo com o perfil da família requerente. No caso específico, como a família não era proprietária de um espaço no cemitério, foi realizada a oferta de venda de um jazigo, cujo preço é mais elevado", diz a nota do Grupo Maya.
"Entendemos que o atendimento deveria ter enviado a tabela de preços completa, com todas as possibilidades."
As concessionárias devem, de acordo com o contrato com a prefeitura, respeitar uma tabela de preços máximos.
Já a gestão Nunes afirmou que, a partir da formalização do relato, a SP Regula abrirá uma investigação. "Havendo comprovação de irregularidades, a concessionária será punida de acordo com os termos do contrato", disse a prefeitura.
A sabatina, realizada nesta segunda, é a primeira de uma série de encontros promovidos pelos vereadores em meio às críticas da população com os serviços prestados e os preços cobrados pelas concessionárias do serviço funerário.
A previsão é que os presidentes das concessionárias Consolare, Maurício Costa, e Grupo Maya, Ricardo Gontijo Vivian, sejam ouvidos nesta terça e quarta, respectivamente.
Após os trabalhos, segundo Rubinho, a Comissão poderá fazer denúncias ao Ministério Público e também levar um pedido de caducidade da concessão ao Executivo.
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