28 de outubro de 2024
RELIGIÃO

Peregrinos da esperança – terceira parte


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Continuo apresentando trechos da mensagem do Papa Francisco sobre a celebração do Jubileu da Esperança a dar-se no próximo ano 2025.

Escreve o Papa: sinais de esperança merecem também os idosos, os avós e avôs que representam a transmissão da fé e da sabedoria de gerações. Não poderão faltar acenos de esperança a migrantes, a tantos exilados, deslocados e refugiados, forçado a fugir de guerras, violências e discriminações. Sejam lhes garantidos segurança e acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para sua inserção no novo contexto social. Que nunca falte a ninguém a esperança de uma vida melhor. Sentido, invoco esperança para os milhões e milhões de pobres a quem muitas vezes falta o necessário para sobreviver. Não podemos desviar o olhar de situações dramáticas que se veem por todo lado. Penso naqueles que carecem de água e de alimentação: a fome é uma chaga escandalosa no corpo da humanidade. Os pobres são sempre vítimas, nunca culpados. Ecoa-se a palavra dos profetas: os bens da terra se destinam a todos. Renovo o apelo para que, com o dinheiro usado em armas e noutras despesas bélicas, constituamos um Fundo global para acabar de vez com a fome.

A esperança forma, juntamente com a fé e a caridade, o tríptico das virtudes teologais que exprimem a essência da vida cristã. No dinamismo indivisível das três, a esperança é a virtude que imprime a orientação, indicando a direção e a finalidade da existência crente. Precisamos de transbordar de esperança para testemunharmos de modo credível e atraente a fé e o amor que trazemos no coração. É razão de esperança a certeza que a história da humanidade e de cada um de nós não correm para uma meta sem saída nem para um abismo escuro, mas estão orientados para o encontro com o Senhor da glória. A esperança cristã consiste precisamente nisto: face à morte, onde tudo parece acabar, através de Cristo e da sua graça que nos foi comunicada no batismo, recebe-se a certeza de que a vida  não acaba, apenas se transforma e para sempre. Finda nossa jornada aqui na terra, há a vida eterna, que consiste na plena comunhão com Deus, na contemplação e participação do seu amor infinito. Sim, a felicidade é a vocação do ser humano, uma meta que diz respeito a todos.

O sacramento da Penitência assegura-nos que Deus apaga nossos pecados. Na reconciliação sacramental permitimos ao Senhor que destrua nossos pecados, sare nosso coração, nos levante e abrace, nos faça conhecer seu rosto terno e compassivo. A Confissão é o sacramento da cura e da alegria, o perdão que nos permite mudar o futuro e viver de forma diferente, sem rancor, ódio e vingança.

O próximo Jubileu há de ser um Ano Santo caracterizado pela esperança que não conhece ocaso, a esperança em Deus. Que nos ajude a reencontrar a confiança necessária no relacionamento interpessoal, na promoção da dignidade de cada pessoa e no respeito pela criação.

Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba