31 de agosto de 2024
CRÔNICA

Jeremias Alves Pereira Filho: O dia do advogado

Por Jeremias Alves Pereira Filho | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/ Redes sociais

Brasileiro é chegado numa efeméride. Mas quem não é? A palavra originada do grego significa, ao pé da letra, aquilo que dura apenas um dia ou acontece a cada dia. No latim, a palavra ephemeris/dis quer dizer  calendário ou memorial diário. Com o tempo, usada em outro contexto, passou a representar a celebração de fato relevante acontecido num determinado dia. E assim vem sendo aplicada dia-a-dia, sempre no sentido de destacar  a importância do fato verificado.

Todo dia tem algo significativo para ser chamado de efeméride, como o primeiro do ano, carnaval, páscoa, datas históricas e mais o que vier. Tem quem considere efeméride o dia em que pegou caxumba ou quebrou o braço, ou quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo de Futebol em 1950, quando conheceu a namorada ou quando morreu alguém.  Também é o dia que marca um fato importante, como o 9 de julho em relação à Revolução Constitucionalista de 1932 apenas para o Estado de São Paulo, ou o 2 de julho para os baianos, o 7 de setembro para a Independência do Brasil, o 2 de novembro para o Finados, o dia 15 de novembro pela Proclamação da República...

Para os advogados efeméride é o dia 11 de agosto, porque celebra a data em que o Imperador D. Pedro I sancionou, em 1827, a lei que criou os cursos de ciências jurídicas no país, um em São Paulo e outro em Olinda. Antes disso, só na Europa os brasileiros poderiam obter o correspondente título, especialmente na Faculdade de Direito de Coimbra, Portugal, destino certo de muitos expoentes locais.  Atualmente, tem escola de Direito sobrando...

Tanto vulgarizou a data que, por efeméride, muitos advogados a associam ao famoso “Dia da Pendura”, ocasião em que os jovens e prestigiados estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, depois incorporada à  Universidade de São Paulo, faziam suas refeições graciosamente nos restaurantes que os recebiam como pagantes durante o ano letivo. Comiam e se esbaldavam e, ao final, pediam ao garção a conta do regabofe que mandavam “pendurar” para nunca ser paga. Tinha graça de verdade à época do Império e da Primeira República, quando os donos de bares e restaurantes se sentiam honrados com o discurso dos acadêmicos que solenemente agradeciam pelo “convite”, após o lauto banquete que lhes era servido. 

Jeremias Alves Pereira Filho - Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie.  Araçatubense nato.