16 de julho de 2024
ARTIGO

Jean Oliveira: Autoestima e envelhecimento

Por Jean Oliveira | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min
Imagem ilustrativa

A autoestima é fundamental para a qualidade de vida em todas as idades, mas na velhice ela tem um peso especial. Pode definir até a longevidade. Estudos científicos mostram que o gostar e cuidar de si, além de ter uma rede de pessoas próximas, acrescenta anos aos calendários.

Por isso, é crucial que desde jovens comecemos a pensar e nos preparar para essa fase, cuidando do corpo, das finanças e, principalmente, das emoções. Desde a juventude, é vital adotar hábitos saudáveis que beneficiarão o corpo no longo prazo.

A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada e o acompanhamento médico preventivo são medidas que ajudam a manter a saúde física em dia. Além disso, uma boa gestão financeira ao longo da vida permite uma velhice mais tranquila e sem preocupações excessivas com a estabilidade econômica.

Talvez a preparação mais importante de todas seja o cuidado com as emoções. Uma elevada autoestima é fundamental para que o idoso enfrente as mudanças naturais da vida com confiança e serenidade.

De acordo com as pesquisadoras Fabíola Braz Penna e Fátima Helena do Espírito Santo, “uma elevada autoestima pode contribuir à saúde e autorealização da pessoa com idade avançada, enquanto uma baixa autoestima pode causar fobias, dificuldades interpessoais, diversos transtornos psicológicos, entre outros problemas de cunho psicológico”. No artigo “O movimento das emoções na vida dos idosos: Um estudo comum grupo da terceira idade”, elas destacam que é essencial que os idosos sejam incentivados a reconhecer suas potencialidades e a manterem-se independentes, mesmo diante de desafios.

Envelhecer bem, no entanto, não é uma responsabilidade exclusiva do indivíduo. A sociedade tem um papel importante na oferta de recursos como educação, saúde, habitação e trabalho. A pesquisadora Jacqueline de Oliveira Moreira, no artigo “Mudanças na percepção sobre o processo de envelhecimento”, ressalta que “é preciso enfatizar que envelhecer bem depende da oferta de recursos como educação, urbanização, habitação, saúde, trabalho, família”. Por isso, é uma responsabilidade política de todos os cidadãos.

A cultura pós-moderna valoriza o corpo jovem, mas é necessário reconhecer a importância e a beleza da velhice. O tempo se expressa através do corpo, e essa conexão deve ser valorizada tanto nas pesquisas científicas quanto nas vivências cotidianas.

Pensar no envelhecimento desde jovem, cuidando do corpo, das finanças e das emoções, é um investimento na qualidade de vida futura. Uma elevada autoestima pode fazer toda a diferença para um envelhecimento saudável e feliz.

A sociedade também deve contribuir para que os recursos necessários estejam disponíveis, promovendo uma velhice produtiva e significativa para todos. Afinal, envelhecer é parte da nossa história de vida, e devemos encarar essa fase com o respeito e a atenção que ela merece.

Independentemente da idade se que se tem agora, comece a pensar na velhice, mesmo que já se conte hoje as primaveras em dezenas. Se há vida, há caminhos.


Jean Oliveira é jornalista e estudante de psicologia e psicanálise.