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02 de julho de 2024

EM MINAS GERAIS

Mulher é suspeita de desviar R$ 35 mi para comprar itens de luxo

Além de Samira Monti Bacha Rodrigues, considerada mentora do crime, outras 11 pessoas foram detidas

Por Lorena Barros
da Folhapress

5 dias atrás - Tempo de leitura: 3 min

Reprodução

Polícia suspeita que Samira Monti Bacha Rodrigues tenha forjado documentos de empresas para desviar dinheiro

Uma mulher de 40 anos foi presa por suspeita de liderar um esquema que desviou mais de R$ 35 milhões em fraudes de cartões em Minas Gerais. Além de Samira Monti Bacha Rodrigues, considerada mentora do crime, outras 11 pessoas foram detidas. Cinco delas foram liberadas após prestar esclarecimentos à polícia. Prisões foram feitas durante a 'Operação Dubai', da Polícia Civil de Minas Gerais.

Samira realizava fraudes desde 2020, segundo a polícia. Ela teria aplicado golpes enquanto era sócia de três empresas diferentes, duas no ramo de cartões de crédito e outra de antecipação de recebíveis.

Dinheiro era gasto com artigos de luxo, como carros importados, bolsas e joias. Os valores desviados eram convertidos também em passagens aéreas e criptomoedas, segundo a polícia. Entre os bens recuperados na operação estavam relógios de luxo, bolsas de até R$ 280 mil e joias.

Para conseguir dinheiro, a mulher aumentava os limites dos cartões das empresas, gastava os valores e, em seguida, apagava as dívidas dos sistemas. Segundo a polícia, o prejuízo precisava ser arcado pelo "outro lado" da ponta, os pequenos empresários e estabelecimentos onde os cartões eram passados pelos clientes.

Mulher supostamente se aproveitava de cargo alto para enganar outros sócios e coagir funcionários. O delegado Alex Machado, da delegacia especializada no combate a crimes tributários, afirmou que ela daria um tipo de "vantagem" aos funcionários para acobertarem as fraudes.

Lavagem de dinheiro era feita com joias. Somente em uma das viagens de luxo de Samira para Dubai, ela teria gastado cerca de US$ 150 mil (mais de R$ 800 mil) em joias. Para lavar o dinheiro desviado, ela teria se aproximado de uma dona de joalheria em Minas Gerais, que foi alvo de mandados de busca e apreensão na operação dessa quarta.

Mulher morava em apartamento avaliado em R$ 6 milhões. Ela é considerada influente na "alta sociedade" mineira e teria se aproveitado dessa posição para repassar e vender alguns dos bens adquiridos com o dinheiro desviado.

Defesa. O advogado de Samira informou ao UOL que aguarda o acesso total às informações do processo para se posicionar sobre o assunto.

"Quando vinha o boleto, o boleto tinha que ser pago. Só que em vez dele ser pago, o que ela fazia? Ela ia lá e apagava a dívida do sistema. A dívida ficava com as empresas, os pequenos empresários, pequenas lojas, onde as pessoas gastavam os cartões", disse o delegado Alex Machado.