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02 de julho de 2024

APÓS CRÍTICAS

Peru deixa de classificar transexualidade como doença mental

Decisão foi tomada depois que centenas de manifestantes tomaram as ruas de Lima no mês passado para exigir a revogação de uma lei que descrevia transgêneros como doentes mentais

da Folhapress

26/06/2024 - Tempo de leitura: 1 min

Pixabay

O governo do Peru anunciou nesta terça-feira (25) que deixará de considerar a transexualidade como uma doença mental

O governo do Peru anunciou nesta terça-feira (25) que deixará de considerar a transexualidade como uma doença mental.

A decisão foi tomada depois que centenas de manifestantes tomaram as ruas de Lima no mês passado para exigir a revogação de uma lei que descrevia transgêneros como doentes mentais e, portanto, elegíveis para tratamento de saúde na rede pública e privada.

Críticos da lei argumentaram que a medida era desnecessária, uma vez que as normas existentes já permitiam o acesso universal aos serviços de saúde mental.

A lei gerou críticas também por estar na contramão do que diz a OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 2018, a entidade tirou a transexualidade da lista de doenças mentais da Classificação Internacional de Doenças.

Para o Coletivo Marcha del Orgullo, junto com outras organizações LGBTQIA+ do país, o uso da norma desatualizada favorece a aplicação de práticas contra a população transgênero.

"Exigimos do Ministério da Saúde que modifique esta norma e reconheça o que foi indicado pela OMS. A norma está defasada e abre as portas para as terapias de conversão, assim como o uso de hormônios para 'correção da homossexualidade', terapias consideradas como tortura pelo direito internacional", afirmou o porta-voz Jorge Apolaya ao diário El Comercio.

Em uma nota divulgada nesta terça, o Ministério da Saúde disse que não irá se referir mais a transgêneros como portadores de qualquer distúrbio, mas usará o termo "discordância de gênero" para fins de classificações de saúde mental e comportamental elegíveis para atendimento.

A pasta também disse que não usará outros termos que grupos de defesa dos direitos humanos classificaram como preconceituosos e enfatizou seu respeito pela dignidade das pessoas.